"Minha vida é andar por esse país,
pra ver se um dia descanso feliz,
guardando as recordações, das terras onde passei,
andando pelos sertões e dos amigos que lá deixei"
(Vida de Viajante – Luiz Gonzaga)
Olha eu aí, pedindo carona pra ir até Gravatá e Caruaru, em Pernambuco. É, mas dessa vez foi só pose pra foto... foi em julho de 2007, quando eu estava com amigos em Recife e fomos passear por lá. Gravatá fica a cerca de 75 km da capital pernambucana e 540m acima do nível do mar. Tem um clima bem agradável, com temperatura média de 22 graus, considerado pela Organização Mundial de Saúde como um dos cinco melhores climas para a saúde (fonte: Wikipédia). Não é a toa que o turismo e o setor imobiliário crescem bastante por lá: Gravatá tem o metro quadrado mais caro de Pernambuco e nos finais de semana em que ocorrem eventos, a população da cidade, de aproximadamente 70 mil habitantes, praticamente dobra.
Viajando de carona
Carona aqui na Alemanha é uma coisa normal e bem organizada... mas não gratuita. A gente entra no site, vê quem tá oferecendo carona pro destino que se quer, entra em contato por email ou telefone e combina. O preco é bem amigo, normalmente bem menos da metade do valor da passagem do trem. No Brasil não é assim... seria muito arriscado tanto pra quem oferece quando pra quem pega a carona.
Eu já fui chamada de doida várias vezes por diversos motivos. Mas uma vez ouvi de uma conhecida o seguinte: “levar fama sem proveito não tem graça!” Aí passou a fazer sentido, porque eu realmente fiz umas coisas muito na confiança mesmo. Confiança em Deus, ninguém mais, mas mesmo assim, doideira...
Por exemplo, em 1992 dedici que ia de carona de Belo Horizonte para Ponte Nova, um trecho de aproximadamente 240 km, passando por Ouro Preto. Até tinha o dinheiro pra passagem, mas queria viver essa aventura. Não consegui uma carona direta, foi um pinga-pinga, mas cheguei, sã e salva. Depois dessa que deu certo, outras vieram... repeti a dose no mesmo trecho mais uma vez, só que o destino final não foi Ponte Nova, mas sim Jequeri, a cidade do meu pai, que fica a 40 km além. Também cheguei tranqüila, depois de umas cinco caronas diferentes... é, a aventura foi também extenuante, mas valeu.
Depois que passei a ter carro, ficava pensando nas pessoas que pediam carona. E decidi retribuir algumas vezes, também no caminho da casa dos meus avós, em Minas Gerais. Levei estudantes de Juiz de Fora até Ubá. E outra estudante de Ervália até Viçosa.
Só que chegou um tempo que minha situação financeira estava bem ruim... minha filha estava morando com minha mãe em Guarulhos e eu só a via nos fins de semana, porque trabalhava em Campinas. Mas eu ia pra Guarulhos quando tinha dinheiro pra gasolina... o que nem sempre era certo. Então decidi que iria pra Rodoviária de Campinas e abordaria pessoas que se dirigiam ao guichê da Cometa, para São Paulo. Muitas agiam com desconfiança e se desviavam de mim, mas algumas me ouviam e aceitavam vir comigo, pagando a mim o valor que pagariam pela passagem. A gente saía dali e ia direto pro posto abastecer, e o dinheiro deles nem parava na minha mão – eles viam que era pra gasolina mesmo.
Precisei fazer isso muitas vezes, e sempre tive como companhia de viagem pessoas sérias e de boa índole – nunca tive problema. Sei que entre cidades grandes como Campinas e São Paulo isso é meio arriscado e perigoso, mas a necessidade falava mais alto. Mas Deus é bom demais... e sempre está por perto a proteger as pessoas que têm bons propósitos e reais necessidades.
Depois de conhecer o sistema de carona daqui da Alemanha, vi que sem querer pratiquei isso lá no Brasil... em 1996, há 12 anos!
3 comentários:
Carona aqui no Brasil é passaporte pra morte, é uma ato Kamikaze.
Tenho vontade de conhecer Pernambuco. Tenho desejo de conhecer todo o Brasil, exterior, e algum dia eu puder, ficará pra depois.
Bem civilizado esse sistema de carona da Alemanha.
Muito chique essa mulher...hehehe!
Beijos.
Mama mia, Marina! Deixa que vou tentar isso no RIO uhahHAUHa será que o Cristo iria me proteger tb??? ;)
Preconceito vem de quem não conhece nem a esquina de casa, e diz que viajar de carona é procurar a morte... carona é sair de casa para ver a verdadeira vida, encontrar pessoas boas que compartilham não só seu meio de transporte, mas como experiências e cultura.
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