sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Tempo x cronologia


Quando fui pro Brasil em maio, viajei durante o dia. Foi super legal poder ver lá do alto parte dos Alpes, o estreito de Gibraltar e o deserto do Saara. Claro que fotografei quando foi possível, porque eu não estava em assento de janela. Quando passamos por onde de acordo com mapa virtual de bordo era Dacar, o ponto mais ocidental da África, alguém gentilmente me cedeu o assento à janela, e eu pude fotografar. Sou apaixonada por mapas e afins... achei o máximo essa vista. Mas só me contentei mesmo quando pude entrar no Google Earth e comparar... é, aquela península parecendo cabeça de dragão era realmente Dacar, a capital do Senegal.

Tempo x cronologia

Nos últimos tempos, as pessoas que encontro olham pra mim e na maioria das vezes acham que tenho menos idade do que na verdade tenho. No meu aniversário de 36, em novembro passado, arriscaram que eu estava completando 27... semana retrasada, pensaram que eu tinha 26. Pra mim não é problema algum dizer que tenho 36 anos, já caminhando pros 37. E dizer também que apenas recentemente descobri falta de melanina em três fios de cabelo – eu até tento encontrá-los, mas só os vejo se fizer uma caçada minuciosa diante do espelho. Não me preocupo (ainda... hehehe) com esse negócio de tinta no cabelo, mas isso é tão corriqueiro pra tanta gente que não será problema pra mim quando eu achar que está na hora.

Porém o que me inspirou a escrever sobre esse tema – tempo e cronologia – foi a recorrência do fato. Estava eu mostrando a uma pessoa algumas fotos minhas, de cerca de 10 anos atrás, e ela foi enfática em dizer que eu aparento hoje menos idade do que o que aparentava naquelas fotos. Não tenho a pretensão de estabelecer novos conceitos sobre tempo e cronos, quero apenas expor o que eu sinto a respeito.

Tudo bem, confesso que uso creme pro rosto diariamente sim, mas comecei tarde. Cuidar da pele é algo que exige disciplina, e essa senhora não é muito afeita a mim (ou seria eu a ela?) porém eu consegui, e há pelo menos 10 anos cuido muito bem da minha cútis facial. Mas será que é apenas graças às maravilhas da cosmética que hoje me dizem que aparento ser mais “jovem” que há 10 anos? Creio que não.

Nesses últimos dez anos eu vivi muita coisa. Histórias que me fizeram sofrer, que me deram alegria (em maior número, Deus é pai!!!) mas que, sobretudo, me ajudaram a enxergar o mundo com mais sabedoria, com menos apego a coisas efêmeras. Coisas que me fizeram perceber o quanto sou ignorante, o quanto ainda há por descobrir. Fatos que me ajudaram a ver e a viver a vida de uma forma mais humana e menos material. E, ao que parece, que me fizeram “rejuvenescer”.

Eis-me aqui: dez anos a mais na cronologia, uns 11 a menos no tempo, levando-se em conta que estou hoje “mais jovem” do que naquelas fotos. Tô aqui tentando entender o que e como se passou – talvez exista por aí alguém que queira a tal “receita”... hehehe... mas uma coisa é certa: seja lá o que for, é uma experiência minha, e que não servirá pra outra pessoa no esquema “vou fazer igual”. Tudo o que eu vivi, minhas alegrias e sobretudo minhas dores (como eu as encarei e delas saí erguida e fortalecida) são coisas únicas pois foram, a cada momento, resultado das minhas escolhas. E minhas escolhas, por sua vez, foram baseadas em meus princípios e sentimentos em cada situação.

Bom, descobrir a tal “receita” não importa, nem mesmo pra mim. O que posso dizer é que hoje me sinto um ser humano melhor do que há 10 anos. E vou continuar vivendo de forma a poder dizer, em 2017, que me sinto melhor do que era em 2007, afinal, só tenho que ser melhor do que eu mesma. E assim por diante, porque com a cronologia não tem discussão – a idade vai só aumentando, mas com o tempo sim, sobretudo quando a gente o utiliza como aliado na nossa evolução.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Antigos escritos, idéias sempre atuais


Revirando o meu "baú", encontrei um texto pelo qual tenho muito carinho. É de quando eu editava o jornal da empresa onde trabalhava. Eu fazia o jornal da empresa e também o da comunidade, para as famílias dos trabalhadores. Era minha responsabilidade mesclar informações úteis com coisas mais leves, mais cotidianas e até mesmo de fundo psicológico (sou metida a tentar entender as pessoas... modéstia à parte, às vezes com algum sucesso), porque morávamos em um lugar distante e remoto, no meio da Amazônia. Escrevi esse texto para a capa de dezembro de 1999, com o objetivo de criar nas pessoas um desejo de busca para o ano que logo começaria. É, minhas idéias de como viver bem não são assim recém-criadas... pra ilustrar, uma vista aéra desse lugar, também conhecido como “Ilha da Fantasia”, não pelo aspecto do lazer, porque lá se trabalha muito!!! (Foto aérea de Paulo Arumaá)

Sonhar é um direito e um dever

O desejo de conquistar algo mais é o que nos faz crescer

“Porque se chamavam homens,
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem...”
(Clube de Esquina nº2, Lô Borges)

A capacidade de sonhar que o ser humano tem é algo incrível: ela dá impulso à vida, fazendo com que ele busque transformar em realidade o seu desejo. E essa é uma busca incessante, pois a capacidade de sonhar é ilimitada: quando um sonho se faz realidade já existe outro sonho, e outra busca começa.
Todos têm o direito de sonhar, desejar coisas novas, que acrescentem valor à vida. Mas sonhar não deve ser só um direito: precisa ser também um dever. Porque sem sonho a vida pára, não há crescimento, material ou espiritual, não há o prazer da conquista, a vida cai numa “mesmice”.
Sonho + disciplina = realização
E como andam nossos sonhos? Temos dado a eles a atenção que merecem? Sonhar é fácil, e não custa nada. Porém, não há nada mais frustrante do que viver só sonhando. Mas transformar o sonho em realidade requer empenho, disciplina, determinação. E isso muitas vezes requer mudança de atitude.
Para conseguir alcançar nossos objetivos, é preciso que nós mesmos lutemos por eles, definindo os meios necessários para chegar lá. Acomodação e conformismo são coisas que não fazem parte da vida dos empreendedores, daqueles que fazem acontecer.
Os sonhos mais comuns às pessoas são ter segurança, saúde, amor. E estes se desdobram em outros, como casa própria, carro, educação, trabalho, viagens, enfim, tudo aquilo que é externo ao homem, e que ele pode conquistar.
A realização dos sonhos não materiais depende, sobretudo, de como você está consigo mesmo. Amar e ser amado depende de estar receptivo ao outro, estar de bem consigo e com o mundo, de abrir o coração sem preconceitos. É algo que somente você pode fazer. Portanto, não deixe por conta dos outros, sob o risco de nunca se sentir feliz.
Traçando planos
Aproveite cada novo dia para reavaliar seus planos, traçar novos caminhos, ou novas maneiras de trilhá-los, a fim de alcançar seus sonhos, sejam materiais ou espirituais.
Se você tem um sonho antigo, que há muito você busca, renove-o. Procure saber se está faltando alguma coisa que o esteja impedindo de chegar aos resultados desejados. Faça uma auto-análise, e seja muito sincero consigo, pois muitas vezes o que se procura fora está dentro de cada um.
Lembre-se de que os sonhos nunca envelhecem e, nessa vida, tudo depende de nós. Portanto sonhe, ouse ser feliz!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Considerações “marinianas” sobre o tal homem perfeito


A Bárbara, dona da casa onde moro, está se preparando para fazer o caminho de Santiago de Compostella. Há pelo menos dois meses ela vem mapeando distâncias e nas últimas semanas tem feito “ensaios”, simulando como será a peregrinação, inclusive com a mochila nas costas, com o peso do que ela vai efetivamente carregar. E ontem, domingo, ela me convidou pra sair com ela... andamos 20 km, com uma pausa de uma hora e outra de 15 minutos entre os trechos. Passamos por lugares bem legais, e todos relativamente perto de casa. E posso dizer que estou muito bem, obrigada! Hoje acordei super bem disposta, sem dor e “pronta pra outra”. Vai uma foto de um moinho d'água que vi no caminho, muito lindo.

Considerações “marinianas” sobre o tal homem perfeito

Um dia desses ousei colocar aqui uma lista de predicados que, no meu modo de ver, o “homem ideal” tem que ter. É claro que esse homem, dotado de TODOS aqueles predicados, simplesmente não existe, assim como também não existe a “mulher ideal”. Perfeição vem com o tempo, exige paciência e acima de tudo, vontade de estar junto. Mas vou falar deles, pois nós mulheres somos capazes de enxergar nossas imperfeições e nos dedicar a corrigi-las. Além disso, somos sensíveis e flexíveis pra compreender as limitações deles e ajudá-los, é claro se eles admitirem receber ajuda (atenção: isso pode ser raro de ocorrer).

Homens têm vários bugs “de fábrica” – coisas de uma anatomia cerebral incompleta, com pouca ou nenhuma capacidade emocional (nenhuma crítica à criação divina, pelo contrário). Portanto, para viver com alguém, imagino que seja necessário ter muita paciência, persistência e vontade de, juntos, melhorarem essas pequenas imperfeições um do outro (mulher também é humana, imperfeita, embora seja a ponte com o divino). Generalizando assim parece fácil...

Mas vamos ao que eu, Marina, penso e quero. Eu sou mulher, e o que uma mulher mais deseja é ser conquistada, sentir-se querida, amada, protegida, cortejada. Um homem, para me fazer mais feliz do que eu já sou pode até não ter todos aqueles predicados, desde que tenha a humildade de reconhecer suas imperfeições e determinação de se melhorar a cada dia, junto comigo, que também tenho meus defeitinhos. Se for pra compartilhar minha caminhada com alguém, que seja um homem que me faça rir, que tenha dentro de si um menino para brincar com a menina que guardo em mim. Bom humor é fundamental e levar tudo tão a sério pode fazer mal à saúde!

Dançar... adoro dançar. Seria bom que esse homem gostasse de dançar.. mas se não gostar, que fique feliz ao me ver dançando. Quando estou numa festa, eu procuro um cavalheiro olhando para os seus pés... se levitam no salão... e para os seus braços, vendo como eles conduzem a dama. Dançar é algo tão divino que, quando estou com alguém que me leva bem, me sinto nas nuvens.

Música... ah coisa maravilhosa... ouvir música, cantar, assistir a um show, ao vivo ou na TV... há música pra toda ocasião. “Quem canta seus males espanta“, nos ensina o velho ditado. Música pra ouvir fazendo as atividades domésticas ou no trabalho, música pra embalar o sono, pra espantar tristeza, pra namorar, pra relaxar, pra inspirar, pra lembrar, pra sonhar, pra festejar... ou seja, esse homem tem que gostar de viver musicalmente.

Tempo. Definitivamente eu quero alguém que tenha tempo pra mim, que me dê atenção. Ter tempo não é estar por perto a todo instante, adulando, babando... não, isso é muito chato. O que conta é a qualidade do tempo passado junto e como a pessoa se faz presente quando está distante, sobretudo se essa pessoa mora longe ou é muito ocupada. Tempo é uma questão de preferência – eu sempre encontro tempo pra fazer o que quero, para estar com quem quero.

Respeito. Não é preciso que o outro seja como eu sou, só é preciso que ambos se aceitem como são, respeitando suas crenças, suas diferenças, afinal, o que é combinado nunca sai caro. É óbvio que as diferenças não podem ser assim tão extremas, porque aí fica muito complicado encontrar um ponto de consenso.

Comunicação. É de extrema importância que esse homem seja totalmente transparente comigo. Isso elimina qualquer possibilidade de mal-entendido, porque da minha parte a recíproca será sempre verdadeira.

Um homem que saiba cozinhar... não precisa ser mestre cuca, assim como eu também não sou. Só precisa ser alguém que saiba se virar, e que não fique necessariamente esperando “a patroa” enfrentar o fogão. Alguém que use o verbo sempre na primeira pessoa do plural – “nós”. Compartilhar é uma ótima palavra. É muito mais completa do que “dividir”. Nada de “dividir” tarefas. Vamos compartilhar direitos e deveres.

O sexo, a fusão dos corpos – item, claaaaro, super importante. Não misturem as coisas. Amor é amor e sexo é sexo. Mas sexo com amor é tudo de bom, meeeesmo! Por isso é básico que haja sintonia na horizontal – ok, pode ser na vertical, diagonal ou como a imaginação permitir. Porém há que se dosar sexo e amor a fim de que não haja falta nem excesso. Amor demais pode atrapalhar o sexo. Sexo demais banaliza o amor.

Amor é fundamental, e é justamente pela sua importância que ele não pode e nem deve ser tratado de forma isolada. Amar exige coragem, e hoje em dia somos todos (ou quase todos) muito covardes. Mulher decidida que sou, não me vejo no time dos covardes, mas ao mesmo tempo não me permito amar se vislumbro riscos. Concluindo e assumindo, sou covarde também. Mas só um pouquinho... Nesse caso, uma saída é viver um dia de cada vez. Meus últimos relacionamentos (não se iludam com o plural!) começaram assim, completamente sem pretensão de ser coisa alguma, no esquema de “quero só beijar na boca e ser feliz“. E o último foi extremamente marcante, mas acabou por... covardia. Dele, é claro.

Mas o amor, ah o amor... ele é o envoltório essencial, sem o qual os predicados aqui mencionados ficariam soltos e jamais resultariam em um relacionamento sólido e agradável de ser vivido.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Time is money – a “aceleração” da vida


No meu texto de abertura, eu comentei que escreveria histórias da vida aqui... já tenho um arquivo de 3 páginas apenas com tópicos! Mas por enquanto tô a fim de escrever sobre o que venho sentindo há tempos... sobre as reflexões a que alguns recentes acontecimentos têm me levado. Coisas que há tempos são meu modo de pensar e agir, mas que ninguém (ou quase ninguém) sabe a fundo. As histórias virão... inocentes e não tão inocentes assim... mas tudo a seu tempo. Imagem do dia: Guarapari, no Espírito Santo, com um navio de minério da Samarco (quase imperceptível) bem ao fundo.


Time is money – a “aceleração” da vida

“Para unir, é preciso amar.
Para amar, é preciso conhecer.
Para conhecer, é preciso ir ao encontro do outro”
(Cardeal Mercier)

Essa epígrafe estava no meu livro de Educação Moral e Cívica da sexta série. Muitos vão perguntar “que matéria é essa que eu nunca tive?” É resquício dos tempos de ditadura: ensinar na escola como o cidadão tinha que se portar, claro, de acordo com os militares. Tinha também OSPB (Organização Social e Política do Brasil), na oitava série. Sei que não existe mais há um bom tempo. Mas acredito que seria bom que voltasse a existir... não com o foco “linha dura”, mas com o propósito de ensinar um pouco mais de cidadania às crianças, a fim de que elas pudessem ser os maiores multiplicadores das vantagens de se pensar no bem comum e enterrassem, gradativamente, a “Lei de Gérson”.

Voltando, ela me marcou de tal forma que eu nunca a esqueci, nem mesmo o nome do autor. Ela fala de uma forma simples e direta os passos necessários para que duas pessoas se unam. Porém, a “aceleração” da vida, provocada pela famigerada globalização, prega que tudo precisa ser feito de forma rápida – tudo o que por regra demora um pouco mais é logo “encurtado”, para se encaixar aos padrões globalizados. É aí que a união das almas deixa de acontecer. Na maioria das vezes só os corpos se unem.

A indústria do casamento (buffets e suas festas, flores e decorações, roupas de gala, vestidos suntuosos) continua viva, ainda que enfrente altos e baixos. Quem casa sempre faz alguma “coisinha”, nem que seja só um bolo com champanha. A razão principal da união, o amor, é muitas vezes um mero coadjuvante nestes eventos sociais. Tão coadjuvante que às vezes ainda nem amor em essência é, mas os envolvidos estão deveras felizes com o ritual social que deixam pra resolver essa questão (o amor) depois. Impossível não é, claro, mas que é um risco e uma estranha inversão de valores, isso é...

Para amar é preciso conhecer. Conhecer alguém depende de no mínimo três variáveis: tempo, disposição e permissão, não necessariamente nessa ordem e relevância, mas com alguma inter-relação. Ninguém conhece alguém tendo se visto apenas uma vez. À primeira vista, o máximo que se tem são meras impressões superficiais do outro que, dependendo se eu estou a fim ou não, podem virar já um rótulo apenas para estereotipar e “descartar” essa pessoa. Rótulos são em geral negativos.

Pois bem, a disposição, o “estar a fim” de conhecer o outro se mostra forte quando, mesmo com uma primeira impressão não muito bacana, eu insisto em querer ir além, em “dar uma segunda chance”. Isso leva tempo... e tempo é dinheiro... nosso “mundo veloz” nem sempre permite isso. Ainda bem que eu sou teimosa. Além disso, quem está disposto sempre arruma tempo, porque “tempo é uma questão de preferência” (pai da Alessandra).

Terceira variável: permissão. Pra conhecer bem alguém, nada melhor do que longas horas de conversa, olho no olho, coração aberto... sim, aberto. É aí que está a permissão. O outro só vai me conhecer se eu deixar, se eu estiver aberta para que ele possa explorar o meu ser, descobrindo coisas em mim que às vezes nem eu mesma sei. Permitir que alguém nos conheça não acontece assim, num primeiro encontro. Pode leva algum tempo... and time is money... vai encarar?

Para conhecer, é preciso ir ao encontro do outro. “Ok, vamos marcar um chope e a gente se conhece”, diriam alguns. Esses, certamente já contaminados pela aceleração da vida. Nada contra um drinque, barzinho... aliás, tudo a favor, adoro isso. Mas vamos precisar de muito mais que UM chope pra levar isso a cabo – considere UM chope por encontro. Nesse caso, esqueçamos que “tempo é dinheiro” e voltemos a ser humanos dispostos a descobrir as qualidades mais nobres que o outro pode ter.

A propósito, vamos tomar um chope? Eu confesso que prefiro vinho...

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O homem “ideal”


Um lindo pôr-do-sol da janela do meu quarto, em Germering... me fez lembrar um desses emails que a gente vive recebendo pela internet. Era sobre “conversas” de crianças com Deus. Uma delas dizia assim: “Querido Deus, eu sempre achei que laranja não combinada com roxo, até ver o pôr-do-sol que o Senhor fez hoje”.


O texto de hoje é pra cutucar a galera... que por enquanto sou eu mesma, porque quase ninguém lá lendo isso aqui. Se lê não deixa rastros (leia-se “comentários”). O que mais me importa agora é que eu tô adorando escrever.







O homem “ideal”

Ontem toquei, ainda que indiretamente, no assunto “homem ideal”. Vou ser direta e econômica com as palavras hoje. Eis a lista de predicados do companheiro “ideal”:

  • romântico e imprevisível
  • compreensivo e paciente
  • amigo e amante
  • menino e maduro
  • leal e transparente
  • brincalhão e sério
  • festeiro e caseiro
  • determinado e flexível
  • conquistador e fiel – porque o valor está em conquistar a mesma mulher a cada dia

Enfim, não quero alguém que seja “pra sempre“. Quero encontrar alguém que seja “pra todo dia“, porque assim é a vida, um dia de cada vez. Tô querendo muito? Ora, posso assegurar que o que estou querendo é no mínimo igual ao que eu tenho a oferecer. Um relacionamento sadio tem que ser uma troca constante. Sou “mulher-macho”, em alguns aspectos endurecida pelas lutas da vida, mas conservo minha ternura, sensibilidade e flexibilidade.

Gente, não nasci ontem... EU SEI QUE ESSE HOMEM NÃO EXISTE!!!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

“O que é que você quer?“


Uma paisagem de Zurique (Suíça):

o Rio Limmat, que "nasce" a partir do Lago de Zurique. Com águas cor de esmeralda, é um belo cartão postal da cidade e uma das paisagens que vi na semana passada.
Mas vamos ao texto de hoje.





“O que é que você quer?“

Um dia desses alguém me fez essa pergunta. “Alguém“ do sexo masculino, diga-se de passagem, provavelmente querendo saber se o que eu quero vai ao encontro ou de encontro ao que ele quer. “Porque, aos 36 anos, provavelmente essa mulher sabe o que quer“, deve ter pensado ele.

Confesso que faço essa pergunta a mim mesma com freqüência, e sempre sei a resposta. Mas naquele momento me senti incapaz de responder ao referido cavalheiro. Dois dias depois, após muito refletir, eu disse a ele que o que eu quero talvez fosse complicado de explicar, mas o que eu não quero era simples e fácil de dizer. “O que é que você não quer então?“, perguntou ele. E eu prontamente respondi: “São duas coisas: eu não quero ficar sozinha pra sempre e eu não quero depender de alguém“. Ele ouviu e calou. Não sei se entendeu ou se a dúvida da primeira pergunta continuou. Só sei que sou grata a ele pela pergunta que me fez.

Depois disso, passei a pensar mais amplamente no que eu quero. Digo mais amplamente porque sempre me pergunto isso e a resposta a que chego é “quero ser feliz“. Mas aceitar essa resposta como plena pressupõe que eu não seja feliz, e isso não é verdade. Não querer ficar sozinha, do ponto de vista emocional, é bastante fácil de entender. Mas não querer depender de alguém pode ter no mínimo duas interpretações. A primeira é não depender materialmente – mas sem radicalismo, pois não vou ficar disputando com um homem pra ver quem ganha mais. A segunda, não depender emocionalmente – aqui não cabe negociação. Paradoxo? Para alguns, pode ser.

Fui criada pra ser mulher independente. Meu pai sempre nos instruiu para que estudássemos, tivéssemos profissão, trabalhássemos e não dependêssemos de homem. Acho que levei isso tão a sério que fiz uma produção independente, ainda que acidental – minha filha tem hoje 12 anos e é minha maior motivação nessa vida. Mas vamos à vertente emocional da dependência. Eu não posso permitir que a minha felicidade dependa de alguém que não eu mesma: é algo importante demais na minha vida para estar fora do meu controle. E também não posso deixar que minha felicidade dependa das coisas que ainda não tenho – viver assim é cultivar a própria infelicidade. Portanto, para estar com alguém, eu preciso não ter necessidade dessa pessoa ao meu lado, pois dessa forma a convivência se torna um prazer, e não uma obrigação.

Pois bem, Marina, mulher solteira, interessante, madura, boa formação profissional, cheia de saúde, com família, amigos, uma filha maravilhosa... não, jamais poderia dizer que não sou feliz. Dou sim minhas cabeçadas aqui e ali, mas isso não tira em nada o brilho da minha caminhada. Então, qual o contexto da minha resposta “quero ser feliz“? Que felicidade é essa que eu penso que ainda não tenho? Seria alguém para compartilhar a vida? Pode ser. Porém, será que isso vai mesmo me fazer mais feliz do que já sou? Outra boa pergunta, porque se não for para somar coisas boas à minha vida, é óbvio, eu não quero!

Eu quero apenas uma vida normal. Família, casa, trabalho, amigos, lazer e alguém com quem compartilhar tudo isso e com quem eu possa construir algo mais. Alguém que, quando e se vier, que venha trazendo mais serenidade, paz de espírito, harmonia, pois já é decisão firme na minha vida afastar tudo e todos que possam vir a atrapalhar o meu equilíbrio pessoal e a minha paz interior.

Viram só? No fundo, é mesmo simples a resposta. Viver isso é que pode ser complicado para alguns... mas pra mim também é simples. Tão simples, tão cotidiano que nem sempre consigo explicar...

bjsssssssssss

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Com vocês... Marina no ar!


Há alguns dias venho pensando em fazer um blog... coisa da moda, que eu não sou muito afeita... mas tenho tantas histórias pra contar que seria egoísmo eu guardá-las somente pra mim, pra eu rir sozinha quando delas lembro. Ou chorar, porque nem todas são engraçadas, lindas ou cheias de charme. Mas mesmo de algumas que não foram assim tão alegres eu hoje dou risada... é a parte boa do amadurecimento: ver que coisas que pareciam o fim do mundo não foram assim tão ruins.


Não sei ainda o que e como vai ser, mas creio que parte será uma espécie de diário bem a posteriori dos acontecimentos, o que deve tornar os relatos mais ricos, comentados sob o olhar dos dias atuais... parte serão confissões levadas a público... parte reflexões da mulher madura que (acho) que sou... parte lembranças da menina que guardo em mim. Vamos em frente, sem projeto nem expectativas. Simplesmente vou deixar rolar...

Não esperem por nada cronológico... nem seqüencialmente relacionado. É até possível que uma coisa puxe outra, mas isso não será regra. Aliás, não pretendo ter regras pré-estabelecidas aqui: as regras dependerão do dia, do assunto, das pessoas envolvidas em cada história... talvez eu troque nomes, mas os personagens reais sempre se reconhecerão em cada passagem.

Quem me conhece em essência não terá a menor dificuldade em compreender minhas incoerências e paradoxos... minhas dores e alegrias... mas o que acredito que será bem legal nessa empreitada será mostrar a mim mesma e a quem quiser visitar e ler o blog é que sou uma mulher normal que, apesar das “nóias“ que a sociedade colocou na minha cabeça, vivo relativamente bem e procuro espalhar coisas boas a quem encontro e por onde passo. É claro que sempre há espaço para melhorias...

Mas como disse Caetano Veloso, “de perto ninguém é normal“ (Vaca Profana). Então creio que seria muita pretensão da minha parte dizer que sou normal. Deixemos os rótulos pra lá – eles não nos servem pra absolutamente nada. Ou melhor, servem sim, na maioria das vezes, a um propósito geralmente negativo: a criar estereótipos que se cristalizam... e que por mais que a pessoa mude e se melhore, ela é sempre vista como sendo o tipo marcado por aquele rótulo de tempos atrás... o tempo passa, as pessoas se melhoram, e ninguém merece ficar marcado com coisas que atrasam a evolução!!!

Portanto, eu sou simplesmente eu, Marina, filha do Geraldo e da Irma, irmã da Regina, Cristina, Marília e Cássio, tia do Luís Gustavo e do João Pedro e mãe da Luísa, linda Luísa...

Puxa, só aqui tem rótulo suficiente... a incoerência já começou... kkkkkk... e para um primeiro post já escrevi demais!

t+

PS. uma parte chata: meu laptop tem teclado no padrão alemão, e em laptops até funcionam aqueles atalhos de ALT + alguma coisa, mas dá muito trabalho. Então, acho melhor escrever direto e depois revisar, copiando e colando cedilhas e til... um saco, mas necessário. Portanto, pode acontecer de uma revisão falhar e a palavra caça virar caca... kkkkk