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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Certezas (2)

Nos caminhos de Minas eu cresci... sempre indo pra lá visitar parentes, estar perto das minhas raízes, sentir o cheiro da terra molhada, empurrar carro que atolava na lama... boas lembranças dessa terra mais que especial.

Quando avistávamos essa placa era motivo de alegria no carro: sabíamos que estávamos a apenas 20km do nosso destino, isso depois de aproximadamente 11 horas de viagem. Mas a alegria da chegada nos fazia esquecer o cansaço dos quase 800 quilômetros já rodados... pois sabíamos que em breve estaríamos junto daqueles que tanto amamos e que poucas vezes por ano podíamos ver, isso porque meu pai, aos 17 anos de idade, escolheu sair das Minas Gerais para explorar o mundo - que na época se chamava "São Paulo".

Certezas (2)

Jogado às traças está o meu blog há tempos... as certezas continuam lá, firmes e perenes no fundo da alma, mas não me impedem mais de seguir adiante.

Certezas que nesse período de abandono da escrita me fizeram amadurecer... entender melhor que nem todos estão no mesmo tempo, mesmo que as almas estejam juntas há tempos.

Certezas que, paradoxalmente, me ajudaram a tomar decisões que custaram a minha própria morte, com consequente renascimento (graças a Deus!), porque o tempo não para.

Certezas de que há sempre um novo caminho a trilhar, mas pra ser trilhado depende de se deixar algo pra trás... porque toda escolha implica necessariamente uma renúncia.

E a melhor certeza de todas: a de que quando Deus nos tira algo que muito desejávamos ter, é para deixar nossas mãos livres para receber algo bem melhor!

E vamos adiante!


domingo, 2 de novembro de 2008

Certezas


Um dia desses ganhei uma sacola de nozes frescas, colhidas no quintal de uma amiga da pessoa que as ofertou a mim. Eram muitas, então decidi fazer um bolo. Só que a maioria das receitas de bolo de nozes são complicadas, e eu queria algo simples. Encontrei uma bem fácil, e o resultado ficou maravilhoso e delicioso (foto). O sabor das nozes picadas espalhou-se por toda massa fofinha do bolo. Nessa semana repeti a receita, mas fiz com avelãs moídas. Também ficou maravilhoso!

PS: Feliz aniversário, Cláudia!


Certezas


Te tenho com a certeza de que você pode ir

Te amo com a certeza de que irá voltar
Pra gente ser feliz...“
(Jota Quest)
Estou numa fase espiritualmente tão boa na minha vida, que nunca dantes minhas

certezas
foram tão plenas, tão tranqüilizadores e condutoras de uma paz interior inigualável.

Certezas que vão desde o que sinto, o que escolhi pra mim, o que tenho feito e o que ainda planejo fazer. Certezas que, ainda que não expressem exatamente o que eu um dia desejei, têm me conduzido a uma ratificação constante da minha crença no bom, no belo e no verdadeiro. Estou vivendo, mais do que nunca, a máxima “quem planta colhe”. E isso me estimula ainda mais a continuar semeando coisas boas pelo caminho.

Algumas pessoas ao meu redor não conseguem compreender a extensão do meu bem-estar, acham que eu posso estar me enganando e chegam a temer que eu sofra em função de uma dessas certezas. Mas a coisa é tão bela, tão pura e tão liberta de sentimentos mundanos que não tem como sofrer por conta dela. Sem chance mesmo. O Grande Pai tá no comando. Não há porque ter receio.

Ontem passei por uma prova que confirmou ainda mais tudo isso. Embora os olhos dissessem enfática e continuamente uma coisa (que vem totalmente ao encontro da minha certeza), as palavras disseram outra (o que me é completamente compreensível, em função dos últimos acontecimentos). Isso porém, sem fechar a porta. Logo, o tempo fará sua parte.

É claro que eu continuarei a fazer a minha, que é simplesmente permanecer em constante contato cósmico. Não dá pra simplesmente sentar e esperar, pois a vida segue seu rumo, avançando a cada amanhecer. Há que se confiar, mas para isso, é preciso agir. Não há como acreditar em conseguir algo se não agir na direção desse objetivo. Só que as ações nem sempre são visíveis e/ou palpáveis. Aliás, as ações mais poderosas não são mesmo.

No final, uma resposta que não mais era esperada e o convite a uma leitura instigante: isso já deve estar causando algum abalo. Mas pra fazer efeito, só com o tempo mesmo.

Eu espero por você, o tempo que for, pra ficarmos juntos mais uma vez” (Jota Quest)

É isso aí.


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Julgamento x compreensão


Começou em Blumenau, Santa Catarina, a 25° Oktoberfest, a brasileira. Aqui, terminou no domingo passado, dia 5. E agora eu posso dizer como a festa começa (estive lá no dia 20 de setembro, às 9 da manhã) e como termina (no último domingo, fiquei até apagarem as luzes). Existem várias pequenas festas populares por aqui, mas o clima da Oktoberfest (a original) é ÚNICO. E olha que eu achava muito nada a ver ir pra um lugar pra beber cerveja e ouvir umas músicas que quase não se entende, pelo idioma e pelo imenso barulho. Paguei a língua. Aliás, pago há 3 anos... 2006, 2007 e 2008. Espero poder pagar mais... pois só vivendo isso aqui pra entender. A foto, Ochsen mit Kartoffelnsalat (carne com salada de batata) e uma Radler da Spaten, na Ochsenbraterei.

Julgamento x compreensão
Se você vive julgando as pessoas, não tem tempo para amá-las (Madre Tereza de Calcutá)
Li essa frase no orkut de um contato meu. Verdade mais pura não há.
Cresci vendo as pessoas ao redor criticando, julgando, falando da vida alheia. Buscando uma perfeição que não existe, a não ser na forma de ver delas próprias. E qualquer coisa que seja diferente dessa forma de pensar é “errada”, portanto, passível de julgamento. Quando li essa frase me lembrei do tempo de amor que essas pessoas já perderam e de quanto (infelizmente) ainda vão perder.
Eu tive a felicidade de conhecer pessoas que me alertaram que essa forma de ser não era legal. E a partir daí comecei meu processo de “desintoxicação” desse hábito. Faz tempo, e sinto que nesse período semeei coisas boas pra mim. Portanto, continuo semeando.
Não sou perfeita – longe de mim almejar isso. Sou apenas alguém que se observa (e muito) para se melhorar a cada dia. Ainda cometo erros, claro. Ainda faço julgamentos... mas a vigilância é boa, pois muitas vezes ainda em pensamento um possível julgamento é cortado pela raiz. E transformado em alguma forma de compreensão.
Um exemplo? Um cara te fecha no trânsito logo cedo, te dando um susto danado. Você pode xingá-lo, chamá-lo de barbeiro e outras denominações pouco amistosas, que ao serem pronunciadas injetam “toxinas” no seu sangue, afetando seu humor (pro lado ruim, claro). Ou você pode escolher imaginar “puxa, ele tá com pressa, deve estar com algum problema. Tomara que consiga resolver logo” - respira fundo e vai em frente, com uma boa injeção de tolerância e compreensão que vao tornar seu dia mais leve.
Se quem julga instintiva e incessantemente soubesse o bem que faz ver a vida com olhos de compaixão e compreensão... provavelmente faria um último julgamento, de si mesmo: “como fui idiota, quanto tempo perdi... agora quero apenas amar”.
Beijos compreensivos!!!


domingo, 27 de julho de 2008

Construir pontes


A foto de hoje é do local onde Barak Obama fez seu discurso em Berlim: o Obelisco da Vitória. Não, ainda não da vitória dele. O
Siegessäule (Sieg = vitória, Säule = coluna/pilar, e pronuncia-se "zigues-zóile") foi concluído em 1873 para comemorar as vitórias militares da Prússia sobre a Áustria, Dinamarca e França, entre 1864 e 1871.
O monumento tem 66,89 metros, e no seu topo fica uma estátua de bronze de 5 metros de Vitória, deusa da vitória militar. Uma escadaria de 285 degraus leva ao topo da coluna, onde há uma plataforma de observação a 45 metros acima do nível térreo (informações da Wikipédia). Depois do Brandenburger Tor, é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Berlim. Pudera, dessa plataforma de observação tem-se uma vista muito legal da cidade (veja nesse link várias fotos do local: http://pt.wikipedia.org/wiki/Siegess%C3%A4ule. Ah, a foto aí ao lado também foi retirada da Wikipédia. Eu ainda não visitei Berlim.

Construir pontes

“É tempo de construir pontes”, bradou em Berlin o candidato à presidência da República dos Estados Unidos, o senador Barak Obama. Um discurso bem ao estilo “falar o que o mundo quer ouvir”, para uma platéia de mais de cem mil pessoas (outras fontes mencionam mais de 200 mil), que o aplaudiram calorosamente.

Não estou aqui para julgar se o cara é bom ou não, mas sou partidária da esperança. Só que vou mais além: esse discurso de construir pontes, para dar certo de verdade, precisa ser desvinculado dos interesses materiais. Essa é a parte utópica, eu sei...

Quando adolescente, colecionava textos e poesias num caderno. Tudo o que encontrava de legal, copiava lá. E uma vez copiei um texto chamado “Quero ser ponte”. Falava da importância de ser um elo na corrente da vida, de servir de ligação entre pessoas e sentimentos. Trocando em miúdos, seria viver sem rótulos de raça, credo ou nacionalidade, viver aberto ao próximo em sua mais sublime forma: a de ser humano, que compartilha iguais necessidades de abrigo, alimento, afeto e sonho.

Por mais partidária da esperança que eu seja, tenho os pés no chão: o discurso do provável futuro ocupante da Casa Branca está muito, muito longe de estar livre de interesses mundanos, capitalistas. Pode ser que a humanidade melhore, porém será muito mais pela sensibilização e mobilização de alguns poucos do que pela escolha de um ou outro novo comandante em países mundo afora.

Para verdadeiramente servir ao propósito de unir, a construção de pontes deve começar no coração de cada um. E por mais insensibilidade que o capital imponha ao homem, eu acredito que a essência humana é boa e tende sempre a esperar por dias melhores. Só que não pode esperar sentada: tem que se mover nessa direção, ou corre o risco de ser levada pelo fluxo. Nesse caso, não tem como assegurar que o destino será o que se desejou.

Barak Obama protagonizou em Berlin uma cena inédita na política internacional: um candidato a presidência de outro país mobilizar tantos cidadãos para um discurso de campanha em solo estrangeiro – e olha que não foram mexicanos ou outros hispânicos! É, de alguma forma pontes já começaram a ser construídas no coração de muitas pessoas, sobretudo as que foram ao Tiergarten em Berlim e esperaram horas pelo discurso do homem que, só por ser quem é, já está fazendo história.

Em tempo: ele falou em “construir pontes” para uma platéia européia. Será que vai fazer um discurso igual a esse na Cidade do México, por exemplo???

Em tempo 2: ainda tenho o tal “caderno de poesias”, encaixotado entre meus livros lá no Brasil.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Conflitos e convicções


No último sábado, 12 de julho, houve um jogo beneficente na Arena de Munique. Foi anunciado como sendo um jogo com as maiores estrelas do futebol atual, embora os mais esperados (Ronaldinho, Cristiano Ronaldo e Kaká) não tenham dado o ar da graça. Mas um que nada tem a ver com futebol compareceu, “jogou” pra caramba e até marcou um gol: Michael Schumacher (na verdade, o cara corria feito barata-tonta, meio que pra marcar presença no campo – foi engraçado ver como ele corre sem as quatro rodas!). O evento foi parte das comemorações dos 90 anos de Nelson Mandela, e a renda foi revertida para sua fundação, cujo objetivo é dar um futuro melhor às crianças da África. A pelada teve gol pra caramba, claro que tudo devidamente ensaiado. Na foto percebe-se que o estádio poderia comportar muito mais gente... meu ingresso foi na faixa, claro. Aí vale a máxima "não precisa ser o rei, basta ser o melhor amigo do rei"... hehehe


Conflitos e convicções

Um dia desses recebi por email um filme de gestão empresarial sobre conflitos. Interessante ver que, na opinião do Prof. Alexandre Freire, da FGV, não há ninguém errado em um conflito, que é na verdade um choque de valores, e cada um dos envolvidos está ali defendendo o seu ponto de vista.

Desde a minha entrada no mundo corporativo, aprendi muito sobre trabalho em equipe, feedback, saber ouvir... aprendi que a melhor forma de manter o emprego era colocá-lo em risco diariamente, sob a forma de assumir riscos que pudessem trazer bons resultados para a empresa e, além disso, nunca fui acomodada, sempre busquei contribuir com a minha opinião. Com o tempo, fui aprendendo a fazê-lo de forma mais suave, mais compartilhativa, para que não soasse como imposição ou arrogância.

Só que o mundo corporativo está cheio de pessoas, e essas são carregadas dos mais diversos tipos de sentimentos. E nesse meio, os mais comuns são a inveja, a ambição e o comodismo. O comodismo gera uma falsa sensação de que “está tudo bem”. Conheci gente assim, e que sobreviveu anos a fio na mesma posição, fazendo “sempre tudo igual”, porque o importante era manter o emprego. Engolia sapos de todos os tamanhos, puxava saco de todo e qualquer colega de trabalho que tivesse um cargo acima do seu, algumas vezes apertava o botão do “foda-se”, e ainda assim ia adiante. Gente assim é meio sem valores, eu acho, porque literalmente “dança conforme a música”.

Já a inveja e a ambição são altamente perniciosas, sobretudo porque invariavelmente andam juntas. E uma pessoa movida por essa dupla é capaz de qualquer coisa pra conseguir o que quer. Qualquer coisa inclui até mesmo puxar o tapete de alguém a ponto de deixar um pai de família desempregado. Falo com conhecimento de causa: sou “pãe-de-família” e já passei por isso.

De tudo que aprendi, o que sempre cultivei com muita força foi o saber ouvir e o feedback, dois valiosíssimos meios de crescimento pessoal, quando bem conduzidos. Praticar feedback é muitas vezes complicado, porque exige que as partes envolvidas tenham uma abertura para ouvir coisas que às vezes não agradam, pois é por meio dessas observações que a gente tem como se auto-avaliar, mudar posturas e melhorar como profissional e ser humano.

O problema é que muita gente pode estar mentindo quando diz que está aberta a ouvir uma crítica ou que vai sempre dar um toque a você quando perceber algo que não foi legal, que pode ser melhorado. Você se abre pra essa pessoa, acreditando que ela vai lhe ajudar assim como você está disposto a ajudá-la, mas a recíproca não é verdadeira, e ela se aproveita das informações que você lhe dá para usá-las de alguma forma contra você mesmo. Falo também com conhecimento de causa.

Apesar desses acontecimentos, eu continuo acreditando que as pessoas são confiáveis, que a melhor forma de crescimento é o diálogo aberto e franco e que o melhor caminho para crescer profissionalmente é arriscar-se e ousar sempre. E depois de assistir a esse filme, vi que me encaixo nos dois exemplos citados: o diretor e o capitão do navio. Ambos prefiriram não abrir mão de seus valores pessoais, ainda que esses fossem contra valores corporativos (coisa muitas vezes extremamente subjetiva) e que tenham lhes custado o emprego.

Portanto, diante da mediocridade da pessoas no mundo corporativo, a lição que fica é: nunca traia suas convicções. Trabalho nunca vai faltar pra pessoas de alto valor com sólidos valores pessoais.

Para quem se interessar, segue o filme.


sábado, 5 de julho de 2008

“Sejam realistas, exijam o impossível”


O que inspirou o texto de hoje foi essa frase, que li no orkut de uma amiga... e acabei encontrando uma conexão interessante entre essa frase e minhas andanças vida afora. Pra ilustrar, um dos cartões-postais mais visitados de Munique, a Frauenkirche (ao pé da letra, Igreja da Mulher). Em dias claros, suas duas imponentes torres de quase cem metros de altura com abóbadas esverdeadas podem ser vistas de praticamente qualquer ponto da cidade. Ela foi severamente bombardeada na Segunda Guerra, mas quem a vê atualmente não imagina que ali havia praticamente escombros em 1945. Lá dentro há uma exposição permanente das fotos do pós-guerra, nas quais só se reconhece a construção pelo esqueleto – é impressionante ver o estado em que ela ficou. Pra mim ela é um cartão-postal que já faz parte da paisagem. Mas que continua imponente, ah, continua...


“Sejam realistas, exijam o impossível”
(Soyez réalistes, demandez l'impossible)

Li essa frase no perfil do orkut de uma amiga (não sei o autor) e adorei, por um simples motivo: na ótica da maioria dos meus amigos e amigas, eu sou uma utopia ambulante, que vive querendo “o que não existe”. Pois bem, é por querer “o que não existe” que eu me coloco a trilhar caminhos novos, diferentes, e muitas vezes acabo conseguindo aquilo que todos diziam ser impossível.

Uma amiga fez um comentário aqui no meu blog, nos textos sobre a boneca dos meus sonhos (a Anda Nenê) que no fundo, a minha admiração era justamente por ela andar... algo que eu ainda faria muito na vida – e de fato, é só o que tenho feito. Achei muito procedente o comentário... ainda não tinha pensado dessa forma.

Mas esse instinto “andarilho” tá no sangue. Meu pai nasceu no interior de Minas Gerais, na década de 40 do século passado, onde mal havia rádio e as notícias demoravam horrores pra chegar. São Paulo era algo tão distante não apenas geograficamente, pois a distância era relativamente muito maior que hoje em dia, em função da precariedade do transporte existente, como também psicologicamente: para muitos ali, São Paulo era algo “impossível” de se alcançar. Sabia-se apenas que era uma cidade grande e cheia de oportunidades, mas poucos ali daquela região haviam ousado desbravá-la.

Meu pai foi um deles: deixou aquele interior pra trás, aos 17 anos, encarou três dias de uma “sacolejante” viagem de trem, passando pelo Rio de Janeiro, até chegar no seu destino. Como ele sempre contou, no dia seguinte à sua chegada, já estava trabalhando: não tinha tempo ruim pra ele. Trabalhou muito, constituiu família, deu aos filhos condições melhores de trilharem seus próprios caminhos... em diversas ocasiões foi muito cabeça dura sim, mas no frigir dos ovos, há muito mais o que reverenciar do que o que criticar. É, esse homem foi realista, sempre exigiu dele mesmo e da vida apenas o impossível.

Ser sagitariana como ele certamente deu algum impulso a esse espírito desbravador, essa mania de querer sempre mais, de estar em constante busca pelo novo. Não que eu seja uma eterna insatisfeita – muito pelo contrário, agradeço a Deus por tudo que sou e tenho, e faço isso a qualquer momento do dia, o tempo todo. Mas estou sempre de olho lá na frente, em o que há por descobrir, por conquistar.

Isso posto, vejo que pretendo continuar sendo realista, ou seja, exigindo de mim e do mundo que me cerca nada além do impossível, afinal, ele só existe na cabeça das pessoas de pouca visão. Só que para exigir o impossível, é preciso estar disposto a andar. Porque a vida é movimento, e só avança verdadeiramente quem tem os olhos cravados no horizonte e segue em direção a ele, porém bem atento a onde pisa, para garantir que vai alcançá-lo sem problemas no percurso.

Beijosssss

terça-feira, 29 de abril de 2008

A banalização do “eu te amo”


Adoro escrever... e comecei nessa vida muito antes de pensar em cursar Jornalismo. Escrevia cartas, ia ao correio postar e ficar contando os dias para chegar a resposta... e sempre recebia! Hoje em dia eu só mando... ninguém mais me responde. Porém isso não me abate: continuo escrevendo.
Esse envelope é de uma carta recebida de Israel em 1989, no meu primeiro ano em Campinas. A remetente, uma pessoa muito especial... muitas cartas nossas cruzaram o oceano nessa época. O interessante é que atualmente as cartas entre nós continuam cruzando o oceano (eu aqui, ela no Brasil), apesar de em mão única.
PS: o selo eu tirava e dava pra um amigo colecionador...


A banalização do “eu te amo”

Há um tempo, no início da popularização da internet, recebi diversas vezes emails com conteúdo do tipo “não deixe pra amanhã o que você pode fazer hoje”, “diga 'eu te amo' antes que seja tarde demais”, “o dia especial da sua vida é hoje”, entre outros que, na época, me serviram de base para um texto que escrevi pro jornal da empresa – e que já publiquei aqui.

Depois dessa onda toda, eu passei a me expressar mais, disse diversas vezes a meu pai que o amava, assim como para minha mãe... coisa que nunca tinha feito antes. Não que não houvesse amor, mas simplesmente não era parte da minha criação expressar dessa forma. Falei e falo também para algumas poucas amigas, que são mais do que irmãs... enfim, acho que me melhorei um pouco nessa mudança de postura.

De lá pra cá, com a massificação da internet, cada vez mais o privado está presente na esfera pública. No orkut, que eu chamo de “o paraíso da devassidão”, virou moda declarar amor. O que se vê é “eu te amo” escrito das formas mais diferentes e explícitas possíveis, em recados, depoimentos e afins. É tanto “te amo” que os amigos ficam disputando o “topo” na lista de depoimentos, como se isso significasse ser mais ou menos amado. Quanta besteira...

Eu sinceramente questiono a essência desse tipo de “eu te amo”. Acho que essa gente toda tá confundindo o nome dos sentimentos... ou querendo supervalorizar... ou até mesmo escrevendo no mundo virtual o que não teria coragem de dizer olho-no-olho. Ou então quer só aparecer. Santa incoerência... pode ser que se diga tímido pra dizer cara a cara, mas coloca no orkut, atualmente o mais popular site de relacionamentos no Brasil.

Dizer que ama alguém, quando o sentimento é genuíno, é algo que vem tão das entranhas, que muitas vezes demora a sair, a ser verbalizado. E quando sai, pode ser numa fala meio embargada... com a voz sumindo... algo dito no fim da conversa, que a gente diz e “sai correndo”. Correndo pra um abraço ou beijo, pra dizer tchau na conversa ao telefone, pra acalmar alguém que tá triste ou com problemas, dar colo... mas é normalmente algo que se diz no fim de um papo. Porque o “eu te amo” verdadeiro dispensa palavras depois.

Apesar de eu estar “alyways connected” – estou no orkut, uso MSN, skype e outros – a minha forma de expressar o meu amor não é necessariamente dizendo “eu te amo” para todos os lados... eu amo muitas pessoas, e cada uma delas sabe do meu apreço. E exatamente por saberem é que não preciso ficar “disputando topo” na lista de depoimentos, por exemplo. Isso não signfica que eu nunca diga a elas que as amo, mas quando o faço, tento buscar uma forma diferente da coisa massificada que se vê por aí. Por exemplo, adoro escrever cartas ou postais de próprio punho, ir ao correio, comprar selo... é tudo tão mais humano, e não passível da tecla “delete”. Não é o máximo?

Escrevam pra mim! Amo receber postais!

sábado, 12 de abril de 2008

Continuidade


Tanto tempo sem escrever... tanta coisa aconteceu... nesse período abriu-se um vazio imenso no meu coração, com a partida do meu pai... mas a vida segue adiante. Da mesma forma que seguiu desde essa foto (em algum lugar bonito do noroeste paulista, à beira de um rio, meu pai abraça suas três meninas, e eu até faço pose!) até os dias atuais. Aliás, é sobre seguir adiante o texto de hoje. É o 13° aniversário da minha filha... há muito tempo venho matutando sobre essa coisa legal que é ter filho. Às vezes acontecem coisas chatas quando o diálogo se esgota, como ter que brigar, falar alto, impor coisas... e eu odeio brigar, me faz mal. Mas no frigir dos ovos, o lado bom sempre prevalece.

Continuidade

Há exatamente treze anos eu entrava pro time das pessoas que recebem a graça de ter continuidade na vida. O dia 12 de abril de 1995 começou bem cedo, e às 9h22 eu virei “nós”. Naquele momento senti que a responsabilidade de receber um ser pra cuidar e orientar era muito maior do que a alegria que ele trazia. Mas ao mesmo tempo, a alegria de ver cada gesto, cada sorriso e cada choro daquela pequena criatura só alimentava mais o meu desejo de fazer valer a confiança que a Divina Providência havia depositado em mim. Eu já sabia que esse ser viria sem manual de instruções, por isso fui construindo a criação da minha filha a partir das experiências que eu vivi e que das coisas que via ao longo do caminho, colhendo as lições boas e descartando as ruins.

Nesse período recebi elogios diversas vezes por ter uma filha tão bem educada, interessada, bastante madura pra idade dela, sempre à frente da sua cronologia. Desde cedo eu procurei dar a ela uma noção de independência, porque sempre trabalhei fora e pensava que ela precisava saber fazer algumas coisas sozinha, como se servir à mesa, se trocar pra ir à escolinha... é, essa noção de independência foi crescendo... e hoje é preciso puxar as rédeas – a mocinha tá “acelerada” demais. Mas ainda assim acho mais fácil pisar no freio do que ter que empurrar!

Mas a continuidade... Ter um filho não é apenas “povoar o mundo”. Ter filho é o começo da própria imortalidade, é ter pra quem passar seus princípios, crenças e valores; é ver-se naquela pessoa, enxergando atitudes que você mesmo tomaria, e se orgulhando dela por isso. É ficar feliz por saber, ver e sentir que aquilo que se recebeu dos pais MAIS o que se aprendeu ao longo da jornada, de outras pessoas igualmente importantes (minha madrinha, amigas, amigos e até mesmo de desafetos, as chamadas “contra-lições”) segue adiante. É construir um ser melhor do que você mesmo, mas não uma cópia fidedigna sua, afinal, a individualidade é essencial para o ser humano. E a formação dessa personalidade única é algo que se molda ao longo do caminho, mas que precisa ter como base os princípios, crenças e valores que aprendemos de nossos pais na mais tenra infância.

Sei que a tarefa é perene... mas infelizmente nem sempre 100% aplicável no dia-a-dia, sobretudo de quem é “pãe” como eu. Eu também sou alguém em construção, que às vezes falha e precisa de apoio. Mas a responsabilidade de ser a continuidade do meu pai e de já ter a minha própria continuidade me dá forças pra seguir adiante. O legal é que às vezes esse apoio vem da minha própria cria... é, entre erros e acertos, sinto que meu saldo tá positivo.


Até breve!

domingo, 2 de dezembro de 2007

Quem sou eu?


Dias e noites brancas... é muito bonita a noite com neve... fica tão claro como se tivesse lua cheia. E ao amanhecer, a luz do sol (quando ele aparece) torna a paisagem ainda mais incrível. A natureza é muito sábia – as árvores não apenas “escondem” a vida dentro de seu tronco e galhos, como os tem fortes pra agüentar o peso da neve, que não derrete assim tão rápido quando as temperaturas permanecem baixas após a nevasca. Nessa época, o melhor lugar pra gelar a cerveja é o quintal! kkkk



Quem sou eu?

“Conhece-te a ti mesmo, e conhecerás o Universo”
(Sócrates, 470-399 a.C.)


Recentemente tenho feito algumas leituras bastante interessantes... não só do ponto de vista intelectual, mas sobretudo espiritual. Na verdade, as duas coisas se fundem, quando devidamente exercitadas na vida.

E com essas leituras tenho praticado mais assiduamente essa máxima de Sócrates. Claro que não é algo do tipo “eureca, descobri!”, mas sim uma percepção lenta e gradual das coisas que já sou e o que preciso melhorar.

Eu que sempre me julguei 100% tapada emocionalmente, percebi que a inteligência emocional é algo tão amplo e complexo... com essa leitura, notei que em alguns aspectos dela sou bastante avançada, sobretudo em empatia, compreensão do outro, gerenciamento de conflitos (e até mesmo como evitá-los), entre outras coisas. Percebi também que tenho plena consciência dos meus sentimentos, muitas vezes na hora em que eles ocorrem, mas sou fraca em lidar com eles de modo a me transformar emocionalmente para melhor.

O desenvolvimento da inteligência emocional começa na mais tenra infância, e suas marcas são levadas pela vida afora. Portanto, se o exemplo tido em família não tiver sido emocionalmente positivo na maior parte do tempo, ficam na criança marcas de falta de confianca em si mesma e nos outros, entre outras. Isso gera uma série de pequenos entraves na vida (todos de origem emocional) que podem se tornar grandes problemas, se não forem percebidos e combatidos. Mas a parte boa é que, o que talvez não tenha sido assim tão bom PODE ser modificado e reaprendido, e as conseqüências desse reaprendizado refletem diretamente na saúde emocional e, em seguida, na saúde física.

Não estou aqui falando nada que EU tenha descoberto... inteligência emocional é algo que pode ser nato, e se não for, pode ser aprendido. Mas demanda constante vigilância de nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações. O legal é que o ser humano é dotado da capacidade ILIMITADA de aprender, e quando está decididamente interessado em seu próprio bem-estar, é capaz de virar o jogo e cultivar apenas bons pensamentos, que conduzem a boas palavras, que por sua vez levam a boas ações.

Um bom começo é observar muito atentamente cada sentimento que se tem, e trabalhar a consciência para combater aqueles que não forem bons, sobretudo a raiva. Aliás, a raiva foi cientificamente constadada como sendo o mais pernicioso dos sentimentos, que tem uma capacidade imensa de influir na saúde física, levando as pessoas a problemas como hipertensão arterial e outros problemas do coração. Nesse ponto sou feliz, porque há muito tempo não sei o que é sentir raiva – para evitá-la, coloco a empatia em ação. Mas repito, não foi da noite pro dia... foi um processo de vigilância constante, que graças a Deus deu resultado.

Respondendo à pergunta do título, eu sou alguém que quanto mais aprende, mais tem consciência da própria ignorância. E quanto mais aprendo, mais desejo compartilhar o que sei, pois se tem feito bem pra mim, pode ser que venha a fazer bem para as pessoas ao meu redor.

Até a próxima!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O escudo que virou armadura


Estive em Nürnberg com a Thaís em agosto do ano passado. Esse forte é do século XIII. No museu lá dentro, há várias armaduras em exposição, mas não é permitido fotografar. Muito interessante ver como os guerreiros de protegiam nas batalhas da época – em algumas armaduras, havia uma proteção extra para o escroto, cuidadosamente planejada para proteger a área de lazer... porém em outras, era fácil matar o cara enfiando a lança pela lateral, onde a armadura não era de ferro, mas sim de algo parecido com couro, para emendar a frente com as costas. Coisa de homem mesmo, que só pensa no corpo, esquece que é também sentimento, alma. É, a coisa não é de hoje.


O escudo que virou armadura

Um dia desses, conversando sobre coisas da vida com o namorado de uma amiga, ele disse algo que me fez pensar mais sobre minha forma de ser no tocante à relação com o sexo oposto: “se os homens agem sempre igual com você, o problema não está com eles, mas sim com você mesma”.

Não é segredo pra ninguém, sobretudo para as pessoas mais próximas a mim, que me conhecem a fundo, que eu sou “dura na queda” nessa área: simplesmente não permito que possa existir a possibilidade de alguém pisar na bola comigo.

(In)felizmente a vida fez com que eu me tornasse um ser duro (mas não insensível), determinado (mas não inflexível), que sempre precisou ser forte (mas não imbatível) em todas as circunstâncias. Desde o início da minha vida adulta, não me lembro sequer de uma ocasião em que pude me entregar ao choro e ao colo de alguém. Mesmo machucada, dolorida, sempre tive que me manter altiva e continuar lutando, por mim e por minha filha.

Tenho consciência de muito do que se passa comigo... quase tudo talvez. Em muitos pontos eu sei exatamente qual é o problema e sua origem, porém, não consegui ainda o caminho para resolvê-los. E sei também que mui provavelmente isso me atravanca. Nesse caso, ter consciência dói mais do que não tê-la.

Desde cedo me armei com um escudo para me defender. Nunca fui o modelo de beleza (física) que a sociedade impõe. Na escola recebia inúmeros apelidos desagradáveis, era alvo fácil de brincadeiras de todo tipo. Namorado na escola? Não, nunca tive. E qualquer um que se aproximasse de mim, eu já desconfiava que era pra bagunçar com a minha cara ou pra querer sentar perto de mim no dia da prova – simplesmente não acreditava que alguém pudesse se aproximar de mim com sinceridade e seriedade. Essa forma de agir é resultante do medo de se entregar, do medo de sofrer. Mas gente, quem tem medo de sofrer vive sofrendo de medo!!! kkkkkk É, é melhor rir do que chorar.

Com o passar do tempo, o escudo virou armadura. Está há tanto tempo aí... desconfio que os fechos já enferrujaram, o que dificultaria sua retirada. Mas graças a Deus existe substâncias desenferrujantes pra ajudar nessa tarefa – o lance é encontrá-las.

Minha filha sempre me fala que queria ser como eu, calma e tranquila, pois ela é “esquentadinha” e não consegue ficar sem revidar algo que a incomode. A vida me ensinou que a gente é melhor ouvida (e até compreendida) quando fala baixo, porque assim consegue falar direto ao coração. Portanto, mui dificilmente alguém vai me ver brigando, discutindo, falando alto para me impor. Esse não é o meu modo de agir, nem mesmo quando provocada.

Eu realmente sou uma pessoa fácil de lidar, desde que seja respeitada em todos os sentidos. A vida é como um espelho: eu faço com os outros da forma que eu gostaria que fizessem comigo. Mas não pise no meu pé... porque eu realmente sou muito boa, mas quando sou má, sou melhor ainda! As pessoas que experimentaram esse meu lado perceberam, tardiamente, a mulher de valor que existe em mim. O meu “ser má” consiste apenas em me fazer entender, normalmente em palavras escritas e MUITO assertivas, de forma que o outro perceba o quanto estava equivocado em relação à minha pessoa.

Reconheço que sou muito dura mesmo. Mas também sou muito suave, e gosto mais de mim assim. É só saber como lidar.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

O certo e o errado




O certo e o errado

É sempre interessante como as pessoas querem impor suas próprias verdades, sem ao menos se perceber que cada um tem a sua. O que é certo pra um pode não ser pra outro. Porém isso não siginifica abrir mão de seus credos e pontos de vista, mas sim uma criar uma abertura para que se estabeleça a comunicação e o respeito entre as partes. Essa tira do Hagar é perfeita pra ilustrar o que tô dizendo.

Eu duvido sempre de quem diz saber tudo e quer estar sempre com a razão. Normamente esses são o que menos sabem da essência das coisas. Quanto mais eu aprendo, mais consciente fico sobre o tamanho da minha ignorância.

Até mesmo as verdades de cada um precisam ser constantemente colocadas à prova, porque todas têm seu prazo de validade. Afinal, a única coisa constante no mundo é a mudança. E olha que quem falou isso foi Heráclito, uns 500 anos antes de Cristo.

Quem fica parado é poste!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Hoje é um dia muito especial


Hoje não tem texto novo não, é velho, encontrado nos “baús” de antigos CDs de arquivos pessoais. Mas o conteúdo é atual... pelo menos é como eu me esforço pra viver. Como o texto do sonho, esse também foi pro jornal da empresa onde eu trabalhava, mas já o vi circulando na internet, e o mais legal: com o devido crédito.
Reorganizando meus arquivos achei também as fotos que tirei aqui em 2005, e escolhi ilustrar o post de hoje com o último jogo do Bayern de Munique no Olympiastadion, antes da inauguração da Allianz Arena (pra Copa 2006). Foi em maio de 2005, tirada do alto da Olympiaturm – a torre de transmissão de TV que fica no parque – é claro que a gente paga pra subir lá, mas a vista vale a pena! E quem não conseguiu ingresso pro jogo assistiu de lá do alto!



Hoje é um dia muito especial

Não espere por um “dia especial”: faça com que todos os dias de sua vida sejam especiais

O que é um dia especial? É aquele dia de festa, quando todos vestem suas melhores roupas? É o dia em que você está com aquela pessoa que você sempre sonhou? Estes podem ser momentos realmente marcantes. Mas qual é o dia mais especial da sua vida?

Há muitas pessoas que sempre esperam por “ocasiões especiais”, momentos em que colocam suas melhores roupas, usam seu melhor perfume, para se fazer presente em um lugar especial. Pessoas assim vivem guardando o que têm de melhor para “um dia especial”, que não sabem exatamente quando será. São objetos, como roupas ou presentes, ou sentimentos, como sorrisos, abraços, gestos de carinho, de afeto, que estão sempre guardados, esperando o tal “dia especial” para serem tirados do baú ou do coração.

E se esse “dia especial” nunca chega? O que fazer com os objetos e sentimentos guardados?
Os americanos costumam dizer “no day but today”, e Renato Russo escreveu que “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há”. Pode-se entender a expressão americana como “não há dia como hoje”, ou mesmo “o dia é hoje”, e ela expressa exatamente o sentimento que se deve ter com a vida: viver hoje intensamente, sem achar que as coisas só vão melhorar depois que você terminar a faculdade, ou casar, ou ter filhos, ou comprar um carro novo, ou mesmo uma casa... Por acaso você sabe como vai ser seu dia amanhã? Você tem a certeza de que haverá amanhã?

É importante planejar a vida, estabelecer caminhos, objetivos a serem alcançados. Mas não se pode deixar viver em função somente do que ainda será, esquecendo que a vida é aqui, e agora. Então, por que esperar um momento especial para vestir aquela roupa, usar aquele perfume e dizer para alguém o quanto essa pessoa é importante para você? Ou mesmo para você se produzir, se olhar no espelho e sentir-se especial?

O dia mais especial da sua vida é hoje, porque você está aqui, vivendo o momento, construindo sua história. De fato, não há dia como hoje. Amanhã pode até ser melhor, mas você só vai saber depois. Portanto, viva este momento como o mais importante da sua vida!

PS: se esse texto tivesse sido escrito hoje, eu mudaria apenas uma coisa: usaria um artigo definido no lugar do indefinido, e o título seria Hoje é O dia muito especial.


bjssssssssss

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Tempo x cronologia


Quando fui pro Brasil em maio, viajei durante o dia. Foi super legal poder ver lá do alto parte dos Alpes, o estreito de Gibraltar e o deserto do Saara. Claro que fotografei quando foi possível, porque eu não estava em assento de janela. Quando passamos por onde de acordo com mapa virtual de bordo era Dacar, o ponto mais ocidental da África, alguém gentilmente me cedeu o assento à janela, e eu pude fotografar. Sou apaixonada por mapas e afins... achei o máximo essa vista. Mas só me contentei mesmo quando pude entrar no Google Earth e comparar... é, aquela península parecendo cabeça de dragão era realmente Dacar, a capital do Senegal.

Tempo x cronologia

Nos últimos tempos, as pessoas que encontro olham pra mim e na maioria das vezes acham que tenho menos idade do que na verdade tenho. No meu aniversário de 36, em novembro passado, arriscaram que eu estava completando 27... semana retrasada, pensaram que eu tinha 26. Pra mim não é problema algum dizer que tenho 36 anos, já caminhando pros 37. E dizer também que apenas recentemente descobri falta de melanina em três fios de cabelo – eu até tento encontrá-los, mas só os vejo se fizer uma caçada minuciosa diante do espelho. Não me preocupo (ainda... hehehe) com esse negócio de tinta no cabelo, mas isso é tão corriqueiro pra tanta gente que não será problema pra mim quando eu achar que está na hora.

Porém o que me inspirou a escrever sobre esse tema – tempo e cronologia – foi a recorrência do fato. Estava eu mostrando a uma pessoa algumas fotos minhas, de cerca de 10 anos atrás, e ela foi enfática em dizer que eu aparento hoje menos idade do que o que aparentava naquelas fotos. Não tenho a pretensão de estabelecer novos conceitos sobre tempo e cronos, quero apenas expor o que eu sinto a respeito.

Tudo bem, confesso que uso creme pro rosto diariamente sim, mas comecei tarde. Cuidar da pele é algo que exige disciplina, e essa senhora não é muito afeita a mim (ou seria eu a ela?) porém eu consegui, e há pelo menos 10 anos cuido muito bem da minha cútis facial. Mas será que é apenas graças às maravilhas da cosmética que hoje me dizem que aparento ser mais “jovem” que há 10 anos? Creio que não.

Nesses últimos dez anos eu vivi muita coisa. Histórias que me fizeram sofrer, que me deram alegria (em maior número, Deus é pai!!!) mas que, sobretudo, me ajudaram a enxergar o mundo com mais sabedoria, com menos apego a coisas efêmeras. Coisas que me fizeram perceber o quanto sou ignorante, o quanto ainda há por descobrir. Fatos que me ajudaram a ver e a viver a vida de uma forma mais humana e menos material. E, ao que parece, que me fizeram “rejuvenescer”.

Eis-me aqui: dez anos a mais na cronologia, uns 11 a menos no tempo, levando-se em conta que estou hoje “mais jovem” do que naquelas fotos. Tô aqui tentando entender o que e como se passou – talvez exista por aí alguém que queira a tal “receita”... hehehe... mas uma coisa é certa: seja lá o que for, é uma experiência minha, e que não servirá pra outra pessoa no esquema “vou fazer igual”. Tudo o que eu vivi, minhas alegrias e sobretudo minhas dores (como eu as encarei e delas saí erguida e fortalecida) são coisas únicas pois foram, a cada momento, resultado das minhas escolhas. E minhas escolhas, por sua vez, foram baseadas em meus princípios e sentimentos em cada situação.

Bom, descobrir a tal “receita” não importa, nem mesmo pra mim. O que posso dizer é que hoje me sinto um ser humano melhor do que há 10 anos. E vou continuar vivendo de forma a poder dizer, em 2017, que me sinto melhor do que era em 2007, afinal, só tenho que ser melhor do que eu mesma. E assim por diante, porque com a cronologia não tem discussão – a idade vai só aumentando, mas com o tempo sim, sobretudo quando a gente o utiliza como aliado na nossa evolução.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Antigos escritos, idéias sempre atuais


Revirando o meu "baú", encontrei um texto pelo qual tenho muito carinho. É de quando eu editava o jornal da empresa onde trabalhava. Eu fazia o jornal da empresa e também o da comunidade, para as famílias dos trabalhadores. Era minha responsabilidade mesclar informações úteis com coisas mais leves, mais cotidianas e até mesmo de fundo psicológico (sou metida a tentar entender as pessoas... modéstia à parte, às vezes com algum sucesso), porque morávamos em um lugar distante e remoto, no meio da Amazônia. Escrevi esse texto para a capa de dezembro de 1999, com o objetivo de criar nas pessoas um desejo de busca para o ano que logo começaria. É, minhas idéias de como viver bem não são assim recém-criadas... pra ilustrar, uma vista aéra desse lugar, também conhecido como “Ilha da Fantasia”, não pelo aspecto do lazer, porque lá se trabalha muito!!! (Foto aérea de Paulo Arumaá)

Sonhar é um direito e um dever

O desejo de conquistar algo mais é o que nos faz crescer

“Porque se chamavam homens,
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem...”
(Clube de Esquina nº2, Lô Borges)

A capacidade de sonhar que o ser humano tem é algo incrível: ela dá impulso à vida, fazendo com que ele busque transformar em realidade o seu desejo. E essa é uma busca incessante, pois a capacidade de sonhar é ilimitada: quando um sonho se faz realidade já existe outro sonho, e outra busca começa.
Todos têm o direito de sonhar, desejar coisas novas, que acrescentem valor à vida. Mas sonhar não deve ser só um direito: precisa ser também um dever. Porque sem sonho a vida pára, não há crescimento, material ou espiritual, não há o prazer da conquista, a vida cai numa “mesmice”.
Sonho + disciplina = realização
E como andam nossos sonhos? Temos dado a eles a atenção que merecem? Sonhar é fácil, e não custa nada. Porém, não há nada mais frustrante do que viver só sonhando. Mas transformar o sonho em realidade requer empenho, disciplina, determinação. E isso muitas vezes requer mudança de atitude.
Para conseguir alcançar nossos objetivos, é preciso que nós mesmos lutemos por eles, definindo os meios necessários para chegar lá. Acomodação e conformismo são coisas que não fazem parte da vida dos empreendedores, daqueles que fazem acontecer.
Os sonhos mais comuns às pessoas são ter segurança, saúde, amor. E estes se desdobram em outros, como casa própria, carro, educação, trabalho, viagens, enfim, tudo aquilo que é externo ao homem, e que ele pode conquistar.
A realização dos sonhos não materiais depende, sobretudo, de como você está consigo mesmo. Amar e ser amado depende de estar receptivo ao outro, estar de bem consigo e com o mundo, de abrir o coração sem preconceitos. É algo que somente você pode fazer. Portanto, não deixe por conta dos outros, sob o risco de nunca se sentir feliz.
Traçando planos
Aproveite cada novo dia para reavaliar seus planos, traçar novos caminhos, ou novas maneiras de trilhá-los, a fim de alcançar seus sonhos, sejam materiais ou espirituais.
Se você tem um sonho antigo, que há muito você busca, renove-o. Procure saber se está faltando alguma coisa que o esteja impedindo de chegar aos resultados desejados. Faça uma auto-análise, e seja muito sincero consigo, pois muitas vezes o que se procura fora está dentro de cada um.
Lembre-se de que os sonhos nunca envelhecem e, nessa vida, tudo depende de nós. Portanto sonhe, ouse ser feliz!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Time is money – a “aceleração” da vida


No meu texto de abertura, eu comentei que escreveria histórias da vida aqui... já tenho um arquivo de 3 páginas apenas com tópicos! Mas por enquanto tô a fim de escrever sobre o que venho sentindo há tempos... sobre as reflexões a que alguns recentes acontecimentos têm me levado. Coisas que há tempos são meu modo de pensar e agir, mas que ninguém (ou quase ninguém) sabe a fundo. As histórias virão... inocentes e não tão inocentes assim... mas tudo a seu tempo. Imagem do dia: Guarapari, no Espírito Santo, com um navio de minério da Samarco (quase imperceptível) bem ao fundo.


Time is money – a “aceleração” da vida

“Para unir, é preciso amar.
Para amar, é preciso conhecer.
Para conhecer, é preciso ir ao encontro do outro”
(Cardeal Mercier)

Essa epígrafe estava no meu livro de Educação Moral e Cívica da sexta série. Muitos vão perguntar “que matéria é essa que eu nunca tive?” É resquício dos tempos de ditadura: ensinar na escola como o cidadão tinha que se portar, claro, de acordo com os militares. Tinha também OSPB (Organização Social e Política do Brasil), na oitava série. Sei que não existe mais há um bom tempo. Mas acredito que seria bom que voltasse a existir... não com o foco “linha dura”, mas com o propósito de ensinar um pouco mais de cidadania às crianças, a fim de que elas pudessem ser os maiores multiplicadores das vantagens de se pensar no bem comum e enterrassem, gradativamente, a “Lei de Gérson”.

Voltando, ela me marcou de tal forma que eu nunca a esqueci, nem mesmo o nome do autor. Ela fala de uma forma simples e direta os passos necessários para que duas pessoas se unam. Porém, a “aceleração” da vida, provocada pela famigerada globalização, prega que tudo precisa ser feito de forma rápida – tudo o que por regra demora um pouco mais é logo “encurtado”, para se encaixar aos padrões globalizados. É aí que a união das almas deixa de acontecer. Na maioria das vezes só os corpos se unem.

A indústria do casamento (buffets e suas festas, flores e decorações, roupas de gala, vestidos suntuosos) continua viva, ainda que enfrente altos e baixos. Quem casa sempre faz alguma “coisinha”, nem que seja só um bolo com champanha. A razão principal da união, o amor, é muitas vezes um mero coadjuvante nestes eventos sociais. Tão coadjuvante que às vezes ainda nem amor em essência é, mas os envolvidos estão deveras felizes com o ritual social que deixam pra resolver essa questão (o amor) depois. Impossível não é, claro, mas que é um risco e uma estranha inversão de valores, isso é...

Para amar é preciso conhecer. Conhecer alguém depende de no mínimo três variáveis: tempo, disposição e permissão, não necessariamente nessa ordem e relevância, mas com alguma inter-relação. Ninguém conhece alguém tendo se visto apenas uma vez. À primeira vista, o máximo que se tem são meras impressões superficiais do outro que, dependendo se eu estou a fim ou não, podem virar já um rótulo apenas para estereotipar e “descartar” essa pessoa. Rótulos são em geral negativos.

Pois bem, a disposição, o “estar a fim” de conhecer o outro se mostra forte quando, mesmo com uma primeira impressão não muito bacana, eu insisto em querer ir além, em “dar uma segunda chance”. Isso leva tempo... e tempo é dinheiro... nosso “mundo veloz” nem sempre permite isso. Ainda bem que eu sou teimosa. Além disso, quem está disposto sempre arruma tempo, porque “tempo é uma questão de preferência” (pai da Alessandra).

Terceira variável: permissão. Pra conhecer bem alguém, nada melhor do que longas horas de conversa, olho no olho, coração aberto... sim, aberto. É aí que está a permissão. O outro só vai me conhecer se eu deixar, se eu estiver aberta para que ele possa explorar o meu ser, descobrindo coisas em mim que às vezes nem eu mesma sei. Permitir que alguém nos conheça não acontece assim, num primeiro encontro. Pode leva algum tempo... and time is money... vai encarar?

Para conhecer, é preciso ir ao encontro do outro. “Ok, vamos marcar um chope e a gente se conhece”, diriam alguns. Esses, certamente já contaminados pela aceleração da vida. Nada contra um drinque, barzinho... aliás, tudo a favor, adoro isso. Mas vamos precisar de muito mais que UM chope pra levar isso a cabo – considere UM chope por encontro. Nesse caso, esqueçamos que “tempo é dinheiro” e voltemos a ser humanos dispostos a descobrir as qualidades mais nobres que o outro pode ter.

A propósito, vamos tomar um chope? Eu confesso que prefiro vinho...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Com vocês... Marina no ar!


Há alguns dias venho pensando em fazer um blog... coisa da moda, que eu não sou muito afeita... mas tenho tantas histórias pra contar que seria egoísmo eu guardá-las somente pra mim, pra eu rir sozinha quando delas lembro. Ou chorar, porque nem todas são engraçadas, lindas ou cheias de charme. Mas mesmo de algumas que não foram assim tão alegres eu hoje dou risada... é a parte boa do amadurecimento: ver que coisas que pareciam o fim do mundo não foram assim tão ruins.


Não sei ainda o que e como vai ser, mas creio que parte será uma espécie de diário bem a posteriori dos acontecimentos, o que deve tornar os relatos mais ricos, comentados sob o olhar dos dias atuais... parte serão confissões levadas a público... parte reflexões da mulher madura que (acho) que sou... parte lembranças da menina que guardo em mim. Vamos em frente, sem projeto nem expectativas. Simplesmente vou deixar rolar...

Não esperem por nada cronológico... nem seqüencialmente relacionado. É até possível que uma coisa puxe outra, mas isso não será regra. Aliás, não pretendo ter regras pré-estabelecidas aqui: as regras dependerão do dia, do assunto, das pessoas envolvidas em cada história... talvez eu troque nomes, mas os personagens reais sempre se reconhecerão em cada passagem.

Quem me conhece em essência não terá a menor dificuldade em compreender minhas incoerências e paradoxos... minhas dores e alegrias... mas o que acredito que será bem legal nessa empreitada será mostrar a mim mesma e a quem quiser visitar e ler o blog é que sou uma mulher normal que, apesar das “nóias“ que a sociedade colocou na minha cabeça, vivo relativamente bem e procuro espalhar coisas boas a quem encontro e por onde passo. É claro que sempre há espaço para melhorias...

Mas como disse Caetano Veloso, “de perto ninguém é normal“ (Vaca Profana). Então creio que seria muita pretensão da minha parte dizer que sou normal. Deixemos os rótulos pra lá – eles não nos servem pra absolutamente nada. Ou melhor, servem sim, na maioria das vezes, a um propósito geralmente negativo: a criar estereótipos que se cristalizam... e que por mais que a pessoa mude e se melhore, ela é sempre vista como sendo o tipo marcado por aquele rótulo de tempos atrás... o tempo passa, as pessoas se melhoram, e ninguém merece ficar marcado com coisas que atrasam a evolução!!!

Portanto, eu sou simplesmente eu, Marina, filha do Geraldo e da Irma, irmã da Regina, Cristina, Marília e Cássio, tia do Luís Gustavo e do João Pedro e mãe da Luísa, linda Luísa...

Puxa, só aqui tem rótulo suficiente... a incoerência já começou... kkkkkk... e para um primeiro post já escrevi demais!

t+

PS. uma parte chata: meu laptop tem teclado no padrão alemão, e em laptops até funcionam aqueles atalhos de ALT + alguma coisa, mas dá muito trabalho. Então, acho melhor escrever direto e depois revisar, copiando e colando cedilhas e til... um saco, mas necessário. Portanto, pode acontecer de uma revisão falhar e a palavra caça virar caca... kkkkk