sábado, 10 de julho de 2010

Sobre estar pronto

Da viagem do Coral EmCanto para o Encontro de Corais de Empresas em São Lourenço, Minas Gerais, em maio de 2003, o que mais me impressionou foi a acústica da Catedral de Bambus. Quando vimos no programa o nome do local da apresentação, pensamos numa igreja ou algo assim. Ao chegar lá nos deparamos com um local aberto e nossa reação foi “puxa, a platéia nem vai ouvir direito”. Ledo engano: a área tem esse nome porque tem uma acústica fantástica, que pudemos comprovar ao assistir outros corais cantando. Na foto, nós, do Coral EmCanto, clicados por Carol Reis.

Sobre estar pronto

É muito comum ouvir mulheres e homens falando que não estão prontos para um relacionamento, para ter filhos, ou pra qualquer outro passo mais decisivo na vida. Mas do que se trata esse “estar pronto”?

Eu penso que estar pronto é estar consciente dos prós, mas sobretudo dos possíveis contras de uma decisão, e ainda assim bancá-la. É querer provar o desconhecido, com o cuidado de não perder o chão sob os seus pés. Talvez requeira coragem, ousadia, cara-de-pau ou coisa do tipo, atributos que não estão presentes em todo indivíduo. Não pensar demasiadamente também pode ajudar, certamente, porque ao pensar demais, fica-se imaginando coisas que podem dar errado, mas na verdade só dão errado na cabeça dos que cultivam o pessimismo e só conseguem ver o lado ruim da vida.

Ser mãe ou não ser? Essa pergunta eu não tenho como responder, pois virei mãe “na marra”, ou seja, sem pensar ou programar, embora tivesse essa vontade “para um dia no futuro”. Mas no momento que me descobri grávida senti que eu possuía o que era necessário para essa nova tarefa que a Mãe Natureza me confiava, ou seja, estava pronta. E essa sensação foi se renovando a cada novo desafio apresentado durante o processo de criação e educação – ainda em curso, claro.

Uma amiga minha, casada há 6 anos, terminando a faculdade agora, está em dúvida se engravida ou não. Logo ela, que há 3 anos brigava com o marido porque queria ser mãe e ele não queria filhos na ocasião. Agora diz que não se sente pronta, pensa que não vai ter paciência, que não se vê “mãe”, carregando filho pra lá e pra cá, escola, natação, dança, pensa em como vai ser trabalhar e cuidar de criança etc. Pensa, pensa, pensa... e o interessante é que agora o marido quer o filho. Estar pronta para ser mãe é algo que, no meu caso, veio automaticamente com a gravidez

Estar pronto” para um relacionamento é querer ter alguém ao seu lado, mesmo com todos os eventuais defeitos do parceiro – afinal, cada qual tem os seus. É querer compartilhar os momentos, dos mais banais aos mais especiais. É valorizar as afinidades e minimizar as imperfeições. É querer criar algo novo a partir de duas personalidades. Claro que podem existir feridas recentes no coração de um ou outro que venham a obstruir um pouco essa vontade (de estar/ficar junto). Mas quando essas feridas são constantemente mencionadas como motivo do “não estou pronto”, pode-se abstrair duas hipóteses: [1] essa pessoa precisa de anos de terapia pra ficar “pronta”, com o risco de ainda não ficar (portanto, caia fora dela), ou [2] ela não te quer (caia fora também).

Mas se você for como eu, um ser com uma paciência (quase) inesgotável, consciente de que também os homens têm seus períodos de humor instável e às vezes insuportável, análogos à TPM feminina, não vai pensar muito no assunto. Vai falar alguma coisinha, não no estilo “curta e grossa”, mas sim “sucinta e bem no alvo” e se retira de campo. Para o intervalo, claro. Isso alivia e, no mínimo, coloca o cidadão pra refletir. Normalmente dá resultado, mas na maioria dos casos, a passo de tartaruga... bem, melhor assim do que nada.

Portanto, “estar pronto” para algo é simplesmente QUERER essa coisa a partir do momento que ela se apresenta no seu caminho e agir firmemente para realizá-la.

Eu estou sempre pronta para tudo o que eu quero. E você?


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Certezas (2)

Nos caminhos de Minas eu cresci... sempre indo pra lá visitar parentes, estar perto das minhas raízes, sentir o cheiro da terra molhada, empurrar carro que atolava na lama... boas lembranças dessa terra mais que especial.

Quando avistávamos essa placa era motivo de alegria no carro: sabíamos que estávamos a apenas 20km do nosso destino, isso depois de aproximadamente 11 horas de viagem. Mas a alegria da chegada nos fazia esquecer o cansaço dos quase 800 quilômetros já rodados... pois sabíamos que em breve estaríamos junto daqueles que tanto amamos e que poucas vezes por ano podíamos ver, isso porque meu pai, aos 17 anos de idade, escolheu sair das Minas Gerais para explorar o mundo - que na época se chamava "São Paulo".

Certezas (2)

Jogado às traças está o meu blog há tempos... as certezas continuam lá, firmes e perenes no fundo da alma, mas não me impedem mais de seguir adiante.

Certezas que nesse período de abandono da escrita me fizeram amadurecer... entender melhor que nem todos estão no mesmo tempo, mesmo que as almas estejam juntas há tempos.

Certezas que, paradoxalmente, me ajudaram a tomar decisões que custaram a minha própria morte, com consequente renascimento (graças a Deus!), porque o tempo não para.

Certezas de que há sempre um novo caminho a trilhar, mas pra ser trilhado depende de se deixar algo pra trás... porque toda escolha implica necessariamente uma renúncia.

E a melhor certeza de todas: a de que quando Deus nos tira algo que muito desejávamos ter, é para deixar nossas mãos livres para receber algo bem melhor!

E vamos adiante!