
A foto de hoje é do local onde Barak Obama fez seu discurso em Berlim: o Obelisco da Vitória. Não, ainda não da vitória dele. O Siegessäule (Sieg = vitória, Säule = coluna/pilar, e pronuncia-se "zigues-zóile") foi concluído em 1873 para comemorar as vitórias militares da Prússia sobre a Áustria, Dinamarca e França, entre 1864 e 1871. O monumento tem 66,89 metros, e no seu topo fica uma estátua de bronze de 5 metros de Vitória, deusa da vitória militar. Uma escadaria de 285 degraus leva ao topo da coluna, onde há uma plataforma de observação a 45 metros acima do nível térreo (informações da Wikipédia). Depois do Brandenburger Tor, é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Berlim. Pudera, dessa plataforma de observação tem-se uma vista muito legal da cidade (veja nesse link várias fotos do local: http://pt.wikipedia.org/wiki/Siegess%C3%A4ule. Ah, a foto aí ao lado também foi retirada da Wikipédia. Eu ainda não visitei Berlim.
Construir pontes
“É tempo de construir pontes”, bradou em Berlin o candidato à presidência da República dos Estados Unidos, o senador Barak Obama. Um discurso bem ao estilo “falar o que o mundo quer ouvir”, para uma platéia de mais de cem mil pessoas (outras fontes mencionam mais de 200 mil), que o aplaudiram calorosamente.
Não estou aqui para julgar se o cara é bom ou não, mas sou partidária da esperança. Só que vou mais além: esse discurso de construir pontes, para dar certo de verdade, precisa ser desvinculado dos interesses materiais. Essa é a parte utópica, eu sei...
Quando adolescente, colecionava textos e poesias num caderno. Tudo o que encontrava de legal, copiava lá. E uma vez copiei um texto chamado “Quero ser ponte”. Falava da importância de ser um elo na corrente da vida, de servir de ligação entre pessoas e sentimentos. Trocando em miúdos, seria viver sem rótulos de raça, credo ou nacionalidade, viver aberto ao próximo em sua mais sublime forma: a de ser humano, que compartilha iguais necessidades de abrigo, alimento, afeto e sonho.
Por mais partidária da esperança que eu seja, tenho os pés no chão: o discurso do provável futuro ocupante da Casa Branca está muito, muito longe de estar livre de interesses mundanos, capitalistas. Pode ser que a humanidade melhore, porém será muito mais pela sensibilização e mobilização de alguns poucos do que pela escolha de um ou outro novo comandante em países mundo afora.
Para verdadeiramente servir ao propósito de unir, a construção de pontes deve começar no coração de cada um. E por mais insensibilidade que o capital imponha ao homem, eu acredito que a essência humana é boa e tende sempre a esperar por dias melhores. Só que não pode esperar sentada: tem que se mover nessa direção, ou corre o risco de ser levada pelo fluxo. Nesse caso, não tem como assegurar que o destino será o que se desejou.
Barak Obama protagonizou em Berlin uma cena inédita na política internacional: um candidato a presidência de outro país mobilizar tantos cidadãos para um discurso de campanha em solo estrangeiro – e olha que não foram mexicanos ou outros hispânicos! É, de alguma forma pontes já começaram a ser construídas no coração de muitas pessoas, sobretudo as que foram ao Tiergarten em Berlim e esperaram horas pelo discurso do homem que, só por ser quem é, já está fazendo história.
Em tempo: ele falou em “construir pontes” para uma platéia européia. Será que vai fazer um discurso igual a esse na Cidade do México, por exemplo???
Em tempo 2: ainda tenho o tal “caderno de poesias”, encaixotado entre meus livros lá no Brasil.
2 comentários:
Que interessante. Não sabia pronunciar o nome do obelisco rss.
Gosto da sua maneira de abordar tantos temas diversos.
Boa semana para você.
Abraços
Felipe
www.muitoadeclarar.zip.net
Espero que ele faça mais do que vale. Seja presidente de onde for - se eleito - todos nós necessitamos do mínimo de dignidade possível. Muito bonitas as fotos
=)
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