sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Olhares e sorrisos


Queridos fãs (quem vê pensa...), me desculpem a ausência de textos por tanto tempo... nem é tanto a inspiração que faltou... faltou disposição pra escrever, e além disso não tenho acesso à internet em casa. Não vou dizer que faltou tempo – como já disse aqui mesmo, tempo é uma questão de preferência, e eu tenho preferido dormir mais cedo nesses dias. Por outro lado, eu já imaginava que não conseguiria manter por tanto tempo o pique inicial de um texto atrás do outro... mas seguirei “blogando” firme e forte! Nesses dias não escrevi, mas escaneei algumas fotos que tenho aqui comigo. E vou inaugurar hoje a minha série “pôr-do-sol amazônico”. Sou apaixonada por fazer foto do sol na hora que ele tá indo “dormir”. E no período que morei na Amazônia aproveitei o máximo essa paixão, porque o cenário invariavelmente colaborava demais. Haja pilha, filme e revelação de fotografia... minha Minolta, inseparável companheira nas minhas idas e vindas naquele pedaço de mundo – sempre valeu a pena carregar o peso da câmera e suas nada leves lentes. Vocês verão nas fotos que colocarei aqui. A de hoje é no Rio Trombetas – a maioria delas foi nesse que é o maior afluente da margem esquerda do Rio Amazonas.

Olhares e sorrisos

Um tempo atrás li no site do UOL uma matéria da Revista Cláudia intitulada “Sexo refresco” – o título despertou a curiosidade e o conteúdo me fez lembrar uma história que vivi. E já que agora tenho onde contar minhas histórias, aqui vai. Só pra situar, o tal “sexo-refresco” da matéria fala sobre encontros casuais e que normalmente não se repetem, porém esses encontros ficam apenas nos olhares e sorrisos, e à distância, sem qualquer contato físico.

Eu havia chegado ali na nova empresa há pouco tempo, portanto ainda estava me ambientando, conhecendo as pessoas, as relações entre a minha área e as empresas fornecedoras, minhas responsabilidades no novo cargo etc. E logo na primeira semana aquele sorriso me chamou a atenção.

Ele era casado, todos sabiam – a aliança reluzia no dedo anelar da mão esquerda, e a esposa havia trabalhado no mesmo local por algum tempo, mas naquela ocasião não estava mais lá – estava beeeem longe, diga-se de passagem. Ele era um tipo muito charmoso, com seus trinta e tantos anos: grisalho, moreno, simpático, sorridente, de bom relacionamento com todas as pessoas. Sua posição na empresa colaborava – ele tinha uma equipe enorme sob sua batuta, e era muito respeitado e admirado como pessoa e gestor.

Ele trabalhava no mesmo lugar que eu, mas não na mesma empresa. De qualquer maneira, nos encontrávamos todos os dias pelo menos na hora do almoço. E foi no restaurante que eu comecei a perceber os olhares e os sorrisos... no começo achei que fosse normal dele com todos, afinal, o cara era casado, e eu não queria encrenca pro meu lado. Porém as (más) línguas já foram passando relatório... corria conversa de que ele já havia tido um caso ali, e que era bem galanteador. Conversas que pra mim era indiferentes, afinal eu não tinha nada a ver com a vida dele – cada um faz da sua o que a consciência lhe permite.

Mas os olhares e sorrisos continuaram com cada vez mais intensidade, ao ponto do cara sempre vir se sentar à mesa onde eu estava e, quando não havia mais lugar, dava um jeito de se sentar em outra mesa desde que pudesse olhar pra mim sem ter que virar o pescoço, ou seja, discretamente. Eu sei que sou tapada, mas minha “toupeirice” tinha que ter limite, e eu passei a “retribuir” os olhares e sorrisos.

Aquilo passou a fazer parte da minha refeição. Quando por algum motivo eu não podia ir no horário “habitual”, ou ele não aparecia, parecia que faltava algum sabor na minha comida. Quando ele estava ali, me olhando daquele jeito que (creio) só eu percebia, eu me sentia a refeição dele, sendo devorada com os olhos a cada piscadela e a cada sorriso.

Algumas vezes conversamos ao telefone sobre essa coisa que acontecia. Ele não sabia explicar nem tampouco eu, mas era de uma intensidade tamanha, que só sentindo mesmo pra entender. Não muito tempo depois ele saiu da empresa e foi embora dali, mas o que ficou foi a lembrança da sensação maravilhosa que cada encontro de olhares provocava em mim. Sei não, mas creio que se tivesse acontecido algo além disso, talvez não tivesse sido tão bom quanto ficar na energia da troca de olhares.

A música que marcou essa história é do Tom Jobim, “Pela luz dos olhos teus”, sobretudo a primeira estrofe:

“Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus, que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus resiste aos olhos meus só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus, me sinto incendiar”

Esse foi meu “sexo-refresco”, para ser lembrado por toda a vida. Recentemente ele me encontrou nesse mundo virtual, e restabelecemos contato. E um dia, teclando no Messenger, vi a foto dele e comentei que o cabelo tinha ficado mais branco, mas que o sorriso continuava o mesmo. Para minha surpresa, a palavra “sorriso” provocou nele lembranças do nosso “caso”, o que me leva a crer que foi bom pra ele também... hehehe...

Eis o link da matéria, para quem se interessar.
http://claudia.abril.uol.com.br/edicoes/542/fechado/amor_sexo/conteudo_182603.shtml

bjsssss

2 comentários:

"Belezas e Encrencas" por um Assessor de Imprensa disse...

Senti falta dos seus textos. É ótimo te ver de volta aqui, vizinha!

Ah, e nem sou palmeirense...hehehe, mas adoro verde!E que pena que não rola tortinha de limão aí, eu amo!

Unknown disse...

Só passei para dizer que li o texto.

Já estou esperando o próximo.

Beijos!