terça-feira, 18 de setembro de 2007

Always connected x always busy


Tô me preparado pra Oktoberfest... quem vê pensa que eu vou tomar todas... vou nada, é muito caro. Vou tomar no máximo três Maß (Maß = 1 litro), mas isso misturado com sprite e ao longo de um dia inteiro! No ano passado, trouxe pra casa de “lembrança” duas canecas de Maß: uma da Spaten (a dessa foto) e uma da Hacker-Pschorr e também uma de meio litro também da Hacker (onde veio Sprite). Se encontrar alguém que pague, vou todo dia!!! Como não sou usuária de óleo de peroba (uso Chronos da Natura para o meu rosto), vou só quando tiver o meu dindin mesmo.
Auf geht's zur Wiesn!!!

Always connected x always busy

Um dia desse fui passar uma semana em Zurique, pra sondar as possibilidades que a cidade poderia me oferecer. E fiquei hospedada na casa de uma pessoa que encontrei pessoalmente no Brasil em 2006 – um conhecido. Porém, um conhecido que (eu sabia) poderia ter outras intenções além das de um amigo oferecendo estadia para uma amiga. Mesmo assim, eu fui – tinha que explorar a cidade e fazer alguns contatos por lá. Vale ressaltar que desde que pisei novamente no Velho Mundo, em abril de 2006, planejei diversas vezes de ir até lá para visitá-lo, mas ele raramente estava disponível. Na verdade, sempre ocupado – viajando, seja a trabalho, férias ou para tocar (música é um hobby dele).

Bem, como eu sabia que mesmo estando em Zurique naquela semana ele estaria de agenda cheia, me programei pra fazer minhas coisas sem precisar dele. Ele me deu a chave do apartamento, logo eu tinha liberdade para ir e vir no momento que me fosse conveniente. E mesmo chegando tarde dos meus compromissos, só cheguei depois dele uma vez na semana. Portanto, quando ele chegava, eu estava ao computador, navegando na internet, teclando com meu pessoal no Brasil etc. Depois do primeiro dia, meu bom senso me disse que, quando ele chegasse, eu deveria desligar o computador, a fim de poder conversar. No primeiro dia ele cozinhou e conversamos um pouco. Do segundo dia pra frente foram vãs as tentativas... ele ia pro escritório ou continuava trabalhando no laptop na sala mesmo... então só me restava ir dormir, para não incomodar.

Porém ele já tinha formado um imagem a meu respeito: “always connected”, porque eu estava sempre ao computador quando ele chegava. E até me escreveu um e-mail pra dizer isso (isso mesmo, eu estando lá na casa e ele me mandou um e-mail!). À noite, quando eu li o assunto da mensagem (“always connected”) e li o conteúdo, olhei pra ele e perguntei “o que é isso?”, e ele, meio que sem jeito, disse “ah, deleta, deleta...” Olhando a coisa assim, de cabeça fria e bem depois dos fatos, percebi que essa necessidade de me rotular era na verdade uma espécie de escudo contra a incapacidade dele de se comunicar. É sempre mais fácil transferir o problema para o outro do que assumir as próprias falhas. Depois fui entender melhor o motivo... o cara é canceriano... socorro!!!

Ao chegar em Munique, minha primeira providência foi enviar a ele um cartão agradecendo a gentileza da hospedagem, à moda antiga: escrito de próprio punho, assinado, selado. Postei numa terça-feira, chegaria pra ele no máximo em 2 dias. E na quinta ele me mandou um e-mail me chamando de mal-educada (porque eu não agradeci o que ele fez por mim) e egocêntrica (porque eu resolvi criar um blog), dizendo que “tudo gira ao meu redor” e algumas outras indelicadezas. Esse e-mail foi escrito pela manhã e certamente à tarde, ao chegar em casa, ele encontrou o meu cartão de agradecimento. “Onde eu enfio a minha cara agora?”, imagino eu que ele deve ter se perguntado. Oh dó...

Pois é, mas esse e-mail não poderia ficar barato... a mensagem dele, de umas cinco linhas, virou uma resposta de quatro páginas escritas a mão. Acho que fui ligeiramente fundo nos meus posicionamentos, porque até hoje ele simplesmente não disse nada. Mas eu falei o que tinha que ser dito – só não queria estar na pele dele, iria morrer de vergonha por ter sido tão leviana nos julgamentos. Por outro lado, essa carta pode ter dado a ele a chance de me conhecer um pouco mais, porém tenho minhas dúvidas se ele percebeu isso.

Já refleti bastante sobre esse rótulo de “always connected” – e confesso que sou sim “sempre conectada”, desde os meus 13 anos, quando comecei a fazer amizade por correspondência, muito antes da invenção da internet. Até hoje guardo o hábito de escrever cartas – raramente recebo respostas, mas nunca deixo de escrever. Sempre adorei ter contato com diferentes culturas... delirava quando chegava um envelope com as beiradinhas azul e vermelha, já ia logo responder... ficava contanto o tempo de chegar a próxima... bons tempos. E em relação à internet, assumo na boa que fico sim conectada sempre que posso – eu gosto. Além dos aspectos utilitários dela, é o meu meio de contato com o mundo, é um “tudo” e um “nada” ao mesmo tempo, mas que me preenche quando estou sozinha.

Ah, e já que eu levei o nome de “always connected” após um ínfimo período de observação (de cerca de 3 dias), achei no mínimo justo que eu também desse a ele um rótulo, porém, baseado em mais de um ano de observação e tentativas de ir visitá-lo: “always busy” (escrevi isso no cartão de agradecimento, não poderia perder a chance...) Mas ele é sempre tão ocupado... talvez nem tenha tempo de perceber que, se está sozinho ainda, é porque possivelmente não há espaço para alguém na vida “always busy” dele.

Vivendo e aprendendo...

Um comentário:

Unknown disse...

Sábado: primeiro dia de Oktober, tudo de bom!

Domingo: Trachten und Schützenzug. Tive que acordar cedo de novo, e ainda meio de ressaca, mas valeu muito a pena. O desfile foi lindo. Pessoas de vários lugares da alemanha e de outros paises tb, com seus trajes típicos e muita musica. Os italianos deram um show com suas bandeiras e malabarismos. Mas o mais impressionante mesmo foram os enormes cavalos que puxam as carrocas com os barris de cerveja.... Poe umas fotos ae, pro povo ver que nao to mentindo!