A Oktoberfest começa no próximo sábado, e como boa alemã, ops, italiana, ops... como boa “turista bem informada”, vou de roupa típica. No ano passado, vestida à caráter, teve gente que teimou que eu era alemã, que falava muito bem o idioma tedesco, que tinha cara de européia... que eu seria tudo, menos brasileira. Quase que tive que mostrar o passaporte pra convencer o camarada, mas depois de tanto ouvir eu e minhas amigas conversando (em portugês, é claro) ele deve ter pensado que uma alemã não falaria um idioma “latino” tão fluentemente (obs: nosso português não é europeu!). Bem, na semana da abertura da Oktoberfest, foto da festa tiradas no ano passado: hoje, o pavilhão de festa da Hacker-Pschorr. E a história de hoje, uma que aprontei na tenra infância...
Anda Nenê
Anda Nenê... era meu sonho de criança... uma boneca que andava quando a gente apertava as mãozinhas dela.
Eu devia ter uns 3, no máximo 4 anos. A Silvinha, prima-irmã do meu pai, estava passando uns dias conosco no Belenzinho, onde morávamos – na ocasião ela devia ter uns 15 anos. Minha mãe não estava, e nem lembro onde estavam minhas irmãs naquela hora – certamente estavam por perto, a casa era pequena. Mas só lembro dessa história.
Eu pedi à Silvinha para pegar a minha boneca Anda Nenê que estava na parte alta do guarda-roupa. E a Silvinha, com todo amor e paciência, pegou uma cadeira pra subir e alcançar o maleiro. E começou a caçada à boneca.
Ela tirou cobertores, caixas de sapato... e me perguntou como era a caixa da boneca. Eu disse que era “grande assim”, mostrando com as mãos o tamanho. Foi tirando coisas até esvaziar aquela parte do maleiro, e nada da minha boneca. Mas ainda havia duas portas de maleiro onde procurar... “será que está aqui mesmo?”, ela me perguntou, e eu respondi prontamente: “sim!”.
Então fomos para a outra parte do maleiro, a de duas portas. Dá-lhe tirar coisas de lá... e nada de achar minha boneca. A Silvinha, com a maior boa vontade, procurou minuciosamente, creio que comovida pela minha cara de criança “aguada” de vontade de brincar com sua boneca. Mas mesmo com duas portas, o maleiro não era tão grande assim, e a boneca não foi encontrada.
“Que pena, mas quando a sua mãe chegar, você pergunta onde foi que ela guardou”, tentou me consolar a Silvinha.
A verdade é que essa boneca nunca existiu... eu nunca tive a Anda Nenê. Claro que não foi maldade minha fazer a Silvinha procurar por algo que eu sabia não existir, mas eu queria tanto... que talvez inconscientemente achei que poderia materializá-la na procura. Não sei se ela vai lembrar dessa história, mas eu nunca esqueci.
Coisas de criança...
Um comentário:
Oktober, Oktober!
Fala sério! Que aventura entrar na Hacker esse ano no primeiro dia, foi 10!
7 garotas! 6 brasileiras e uma Münchenerin! Mas todas de dirndl é claro!
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