quinta-feira, 13 de junho de 2019

Entre a fome e o desconhecido, a esperança

Eugenio Tobia Gallet e Maria Valentina Sclauzero, meus tataravós,
que saíram da Itália em 1896 com seus seis filhos rumo ao Brasil
 
Meu bisavô tinha seis anos quando os pais dele decidiram deixar sua terra natal e ir para o Brasil. Ele certamente não fazia ideia do que aquela mudança significava, mas seus pais certamente sabiam: era uma tentativa quase desesperada de fugir da miséria que reinava na Itália no fim do século XIX, após décadas das guerras napoleônicas e disputas territoriais com o Império Austro-Húngaro. 

O Brasil era esperança e promessa: esperança de se viver em um lugar onde não havia guerras e promessa de trabalho e, por meio dele, a dignidade para a família. Com a abolição da escravidão em 1888, a economia brasileira precisava de mão de obra para, entre outras atividades, manter os engenhos de cana de açúcar funcionando. Além disso, era um país com uma extensão de terra ainda não totalmente conhecida, e certamente haveria um pedacinho de terra onde eles poderiam plantar e viver.

Não sei dizer como foi que Eugenio Tobia Gallet, a esposa Maria Valentina Sclauzero e seus seis filhos, entre eles Eugenio Gallet (meu bisavô) se estabeleceram quando chegaram. Mas havia tantos italianos também recém-chegados que a integração na nova terra foi provavelmente bem facilitada. Sei que se estabeleceram no interior do Estado de São Paulo, região de terras ricas e férteis, e lá plantaram suas raízes no Novo Mundo.

A partir deles, uma nova história começou a ser escrita: a de bravos imigrantes que, em tempos em que uma carta demorava meses pra chegar ao seu destinatário (isso quando chegava!) tiveram a coragem de se aventurar no desconhecido, empurrados porém pela necessidade pura e simples de prover uma vida mais digna para seus filhos.

Desconheço a história dos outros cinco irmãos e irmãs do meu bisavô, mas ele, Eugenio Gallet, teve cinco filhos. O meu avô, João Galeti (sim, o nome sofreu várias corruptelas), teve sete; minha mãe, cinco; eu tenho uma filha. Mas meu sobrinho já é pai, então já estamos na sexta geração do Eugenio Gallet no Brasil, desde 1896. 

E eu, que pensava ser a minha inclinação por explorar e conhecer novas fronteiras simples características do meu fogo sagitariano (além de influência do meu pai, também sagitariano), me enganei. O meu lado materno, através dos Gallet, tem sua contribuição nessa ânsia por andar, andar e andar. E sem temer o desconhecido, pois é só assim que a gente cresce.

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