segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Considerações “marinianas” sobre o tal homem perfeito


A Bárbara, dona da casa onde moro, está se preparando para fazer o caminho de Santiago de Compostella. Há pelo menos dois meses ela vem mapeando distâncias e nas últimas semanas tem feito “ensaios”, simulando como será a peregrinação, inclusive com a mochila nas costas, com o peso do que ela vai efetivamente carregar. E ontem, domingo, ela me convidou pra sair com ela... andamos 20 km, com uma pausa de uma hora e outra de 15 minutos entre os trechos. Passamos por lugares bem legais, e todos relativamente perto de casa. E posso dizer que estou muito bem, obrigada! Hoje acordei super bem disposta, sem dor e “pronta pra outra”. Vai uma foto de um moinho d'água que vi no caminho, muito lindo.

Considerações “marinianas” sobre o tal homem perfeito

Um dia desses ousei colocar aqui uma lista de predicados que, no meu modo de ver, o “homem ideal” tem que ter. É claro que esse homem, dotado de TODOS aqueles predicados, simplesmente não existe, assim como também não existe a “mulher ideal”. Perfeição vem com o tempo, exige paciência e acima de tudo, vontade de estar junto. Mas vou falar deles, pois nós mulheres somos capazes de enxergar nossas imperfeições e nos dedicar a corrigi-las. Além disso, somos sensíveis e flexíveis pra compreender as limitações deles e ajudá-los, é claro se eles admitirem receber ajuda (atenção: isso pode ser raro de ocorrer).

Homens têm vários bugs “de fábrica” – coisas de uma anatomia cerebral incompleta, com pouca ou nenhuma capacidade emocional (nenhuma crítica à criação divina, pelo contrário). Portanto, para viver com alguém, imagino que seja necessário ter muita paciência, persistência e vontade de, juntos, melhorarem essas pequenas imperfeições um do outro (mulher também é humana, imperfeita, embora seja a ponte com o divino). Generalizando assim parece fácil...

Mas vamos ao que eu, Marina, penso e quero. Eu sou mulher, e o que uma mulher mais deseja é ser conquistada, sentir-se querida, amada, protegida, cortejada. Um homem, para me fazer mais feliz do que eu já sou pode até não ter todos aqueles predicados, desde que tenha a humildade de reconhecer suas imperfeições e determinação de se melhorar a cada dia, junto comigo, que também tenho meus defeitinhos. Se for pra compartilhar minha caminhada com alguém, que seja um homem que me faça rir, que tenha dentro de si um menino para brincar com a menina que guardo em mim. Bom humor é fundamental e levar tudo tão a sério pode fazer mal à saúde!

Dançar... adoro dançar. Seria bom que esse homem gostasse de dançar.. mas se não gostar, que fique feliz ao me ver dançando. Quando estou numa festa, eu procuro um cavalheiro olhando para os seus pés... se levitam no salão... e para os seus braços, vendo como eles conduzem a dama. Dançar é algo tão divino que, quando estou com alguém que me leva bem, me sinto nas nuvens.

Música... ah coisa maravilhosa... ouvir música, cantar, assistir a um show, ao vivo ou na TV... há música pra toda ocasião. “Quem canta seus males espanta“, nos ensina o velho ditado. Música pra ouvir fazendo as atividades domésticas ou no trabalho, música pra embalar o sono, pra espantar tristeza, pra namorar, pra relaxar, pra inspirar, pra lembrar, pra sonhar, pra festejar... ou seja, esse homem tem que gostar de viver musicalmente.

Tempo. Definitivamente eu quero alguém que tenha tempo pra mim, que me dê atenção. Ter tempo não é estar por perto a todo instante, adulando, babando... não, isso é muito chato. O que conta é a qualidade do tempo passado junto e como a pessoa se faz presente quando está distante, sobretudo se essa pessoa mora longe ou é muito ocupada. Tempo é uma questão de preferência – eu sempre encontro tempo pra fazer o que quero, para estar com quem quero.

Respeito. Não é preciso que o outro seja como eu sou, só é preciso que ambos se aceitem como são, respeitando suas crenças, suas diferenças, afinal, o que é combinado nunca sai caro. É óbvio que as diferenças não podem ser assim tão extremas, porque aí fica muito complicado encontrar um ponto de consenso.

Comunicação. É de extrema importância que esse homem seja totalmente transparente comigo. Isso elimina qualquer possibilidade de mal-entendido, porque da minha parte a recíproca será sempre verdadeira.

Um homem que saiba cozinhar... não precisa ser mestre cuca, assim como eu também não sou. Só precisa ser alguém que saiba se virar, e que não fique necessariamente esperando “a patroa” enfrentar o fogão. Alguém que use o verbo sempre na primeira pessoa do plural – “nós”. Compartilhar é uma ótima palavra. É muito mais completa do que “dividir”. Nada de “dividir” tarefas. Vamos compartilhar direitos e deveres.

O sexo, a fusão dos corpos – item, claaaaro, super importante. Não misturem as coisas. Amor é amor e sexo é sexo. Mas sexo com amor é tudo de bom, meeeesmo! Por isso é básico que haja sintonia na horizontal – ok, pode ser na vertical, diagonal ou como a imaginação permitir. Porém há que se dosar sexo e amor a fim de que não haja falta nem excesso. Amor demais pode atrapalhar o sexo. Sexo demais banaliza o amor.

Amor é fundamental, e é justamente pela sua importância que ele não pode e nem deve ser tratado de forma isolada. Amar exige coragem, e hoje em dia somos todos (ou quase todos) muito covardes. Mulher decidida que sou, não me vejo no time dos covardes, mas ao mesmo tempo não me permito amar se vislumbro riscos. Concluindo e assumindo, sou covarde também. Mas só um pouquinho... Nesse caso, uma saída é viver um dia de cada vez. Meus últimos relacionamentos (não se iludam com o plural!) começaram assim, completamente sem pretensão de ser coisa alguma, no esquema de “quero só beijar na boca e ser feliz“. E o último foi extremamente marcante, mas acabou por... covardia. Dele, é claro.

Mas o amor, ah o amor... ele é o envoltório essencial, sem o qual os predicados aqui mencionados ficariam soltos e jamais resultariam em um relacionamento sólido e agradável de ser vivido.

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